Desvendando o cérebro: novas descobertas sobre fala e alucinações na esquizofrenia
São PauloAvanços recentes nos estudos cerebrais têm nos ajudado a compreender melhor como as pessoas falam e por que alguns indivíduos com esquizofrenia ouvem coisas que não existem. Cientistas da NYU Langone Health e seus parceiros descobriram detalhes importantes sobre como nossos cérebros gerenciam a fala e a audição. Esta pesquisa nos ajuda a entender tanto as funções normais do cérebro quanto os problemas que podem surgir.
O estudo examina sinais cerebrais especiais que ajudam as pessoas a identificarem suas próprias vozes em meio a outros sons ao seu redor. Isso é essencial para uma boa comunicação e para a percepção do ambiente. Durante cirurgias, pesquisadores analisaram as vozes de pessoas com epilepsia para descobrir a origem desses sinais e como eles se deslocam pelo cérebro. Aqui estão alguns resultados importantes do estudo:
Origem e Impacto da Descarga Corolária Auditiva
A descarga corolária auditiva tem sua origem no córtex motor ventral. Os sinais são transmitidos para o giro temporal superior, uma área do córtex auditivo. Esse mecanismo permite ao cérebro filtrar o ruído de fundo durante a fala. Alterações nessa via estão ligadas a alucinações auditivas em casos de esquizofrenia.
Estudo revela por que indivíduos com esquizofrenia enfrentam dificuldades em distinguir seus próprios pensamentos de sons externos. Este novo entendimento sobre o funcionamento cerebral apoia a ideia de que diferenciar sons gerados internamente de externos é crucial para a sobrevivência.
Durante tarefas verbais, registros elétricos indicam que o córtex motor ventral participa na produção de sinais conhecidos como descargas corolárias. Esses sinais duram cerca de 120 milissegundos e são enviados para o giro temporal superior. Esse processo auxilia na concentração em sons e no processamento da fala.
O estudo oferece oportunidades significativas para o futuro. Os pesquisadores planejam analisar como essas vias cerebrais relacionadas à audição agem quando a estimulação cerebral provoca alucinações. Compreender melhor esse processo pode ajudar a desenvolver métodos não invasivos para diagnosticar a esquizofrenia, observando esses sinais perturbados.
Os resultados sobre o tratamento de distúrbios da fala são intrigantes. Caso os sinais cerebrais influenciem condições como a gagueira, as terapias poderiam concentrar-se nessas áreas do cérebro. Esse tipo de tratamento poderia revolucionar a forma como a terapia da fala é realizada.
Pesquisa colabora para compreender melhor a fala humana e pode resultar em tratamentos aprimorados para alucinações auditivas e distúrbios da fala. Os achados ressaltam a importância de continuar investigando os circuitos cerebrais para entender e tratar desordens cerebrais.
O estudo é publicado aqui:
http://dx.doi.org/10.1073/pnas.2404121121e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é
Amirhossein Khalilian-Gourtani, Ran Wang, Xupeng Chen, Leyao Yu, Patricia Dugan, Daniel Friedman, Werner Doyle, Orrin Devinsky, Yao Wang, Adeen Flinker. A corollary discharge circuit in human speech. Proceedings of the National Academy of Sciences, 2024; 121 (50) DOI: 10.1073/pnas.24041211213 de dezembro de 2024 · 23:16
Estudo: pesquisa com cérebros de aranhas traz revelações sobre Alzheimer em humanos.
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