Padrões metabólicos em recém-nascidos relacionados a maior risco de SIDS, revela estudo

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Por Alex Morales
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Estruturas químicas sobrepostas ao contorno de um bebê.

São PauloUm estudo recente, parcialmente financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde, revelou que recém-nascidos com níveis incomuns de metabólitos têm uma probabilidade muito maior de morrer em decorrência da síndrome da morte súbita infantil (SMSI). A pesquisa identificou certos perfis metabólicos associados a um risco mais elevado, oferecendo uma forma de detectar e prevenir a SMSI precocemente.

Cientistas analisaram dados de mais de 2 milhões de bebês nascidos na Califórnia, em um estudo liderado por Scott Oltman da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia em São Francisco. Eles examinaram perfis metabólicos obtidos em testes de triagem neonatal padrão de 354 bebês que morreram de SIDS e compararam com os de 1.416 bebês que sobreviveram ao primeiro ano de vida. Descobriram que bebês com um padrão metabólico específico tinham 14,4 vezes mais chances de morrer de SIDS.

Metabólitos são moléculas produzidas pelas reações químicas do corpo. O estudo destaca oito metabólitos específicos associados a um risco maior de morte súbita do lactente (SIDS). Esses resultados sugerem que a triagem de recém-nascidos para esses metabólitos pode ajudar a identificar bebês em risco para SIDS, o que poderia levar a uma melhor prevenção.

Aqui estão os principais pontos do estudo:

  • Bebês com níveis de metabólitos atípicos têm 14,4 vezes mais probabilidade de morrer de SIDS.
  • O estudo analisou dados de mais de 2 milhões de recém-nascidos na Califórnia.
  • Oito metabólitos específicos foram identificados como indicadores de maior risco de SIDS.
  • Os exames de triagem neonatal padrão poderiam ser usados para identificar esses perfis de alto risco.

Os resultados do estudo são extremamente significativos. Identificar precocemente bebês em risco de síndrome da morte súbita infantil (SMSI) pode permitir tratamentos específicos. Esses tratamentos podem incluir o uso de monitores de apneia para os bebês, agendamento de consultas médicas mais frequentes ou orientação aos pais sobre formas seguras de dormir dos bebês. Além disso, entender os processos bioquímicos por trás dessas mudanças pode ajudar cientistas a descobrir as causas fundamentais da SMSI. Isso pode levar a tratamentos ou formas mais eficazes de prevenção.

O estudo examina os perfis metabólicos dos bebês, mas é importante lembrar que a síndrome da morte súbita infantil (SMSI) é causada por diversos fatores como genética, ambiente de sono e exposição do bebê antes do nascimento. Embora a análise de metabólitos possa ajudar a identificar riscos, ela deve ser usada em conjunto com outras medidas, como seguir as recomendações de sono seguro e educar os pais.

Este estudo pode incentivar os formuladores de políticas de saúde a atualizar os programas de triagem neonatal para detectar essas condições metabólicas de alto risco. Utilizando esses achados nos planos de saúde pública, podemos trabalhar para reduzir os casos de SMSL, salvando muitas vidas e proporcionando tranquilidade aos pais.

Esta pesquisa traz novas perspectivas sobre como combater a SIDS e ressalta a importância da triagem metabólica, abrindo caminho para melhores estratégias de prevenção desse trágico problema em bebês.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1001/jamapediatrics.2024.3033

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Scott P. Oltman, Elizabeth E. Rogers, Rebecca J. Baer, Ribka Amsalu, Gretchen Bandoli, Christina D. Chambers, Hyunkeun Cho, John M. Dagle, Kayla L. Karvonen, Stephen F. Kingsmore, Safyer McKenzie-Sampson, Allison Momany, Eric Ontiveros, Liana D. Protopsaltis, Larry Rand, Erica Sanford Kobayashi, Martina A. Steurer, Kelli K. Ryckman, Laura L. Jelliffe-Pawlowski. Early Newborn Metabolic Patterning and Sudden Infant Death Syndrome. JAMA Pediatrics, 2024; DOI: 10.1001/jamapediatrics.2024.3033
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