Estudo revela por que jogos de tabuleiro atraem pessoas com autismo

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Por João Silva
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Peças coloridas de jogo de tabuleiro sobre uma mesa de madeira

São PauloNovas pesquisas revelam por que muitas pessoas com autismo gostam de jogos de tabuleiro. A Universidade de Plymouth conduziu vários estudos para entender melhor essa preferência. As descobertas foram publicadas no American Journal of Play e Journal of Autism and Developmental Disorders.

Os jogos de tabuleiro estão ganhando popularidade. Eles parecem ser especialmente apreciados por pessoas com autismo. Pesquisadores utilizaram diversos métodos para estudar esse fenômeno. Aqui estão alguns principais pontos:

  • Um estudo entrevistou 1.600 jogadores de jogos de tabuleiro ao redor do mundo.
  • 7% dos jogadores foram diagnosticados com autismo, em comparação a 1% da população em geral.
  • 30% apresentaram altos níveis de traços autísticos de acordo com o Quociente do Espectro Autista (AQ).

O segundo estudo englobou 13 entrevistas detalhadas. Os participantes eram jogadores de tabuleiro amadores com autismo. Eles consideraram os jogos de tabuleiro confortantes e estimulantes. Os jogos os ajudaram a apreciar seus interesses e a se comunicar socialmente.

No terceiro estudo, os pesquisadores convidaram 28 autistas para experimentar jogos de tabuleiro. Essas pessoas não tinham o hábito de jogar esses jogos anteriormente. Grupos de foco revelaram que os jogos de tabuleiro eram desafiadores, mas contribuíram para o desenvolvimento pessoal deles. Além disso, os jogos possibilitaram que fizessem novos amigos de uma maneira diferente.

Os quarto e quinto estudos foram projetos de dois anos. A cada semana, adolescentes autistas em uma escola para necessidades especiais e adultos autistas com deficiências intelectuais jogavam jogos de tabuleiro. Os resultados mostraram que esses jogos auxiliavam na construção de um senso de comunidade, aumentavam a independência e desenvolviam habilidades.

O Dr. Liam Cross e a Dra. Gray Atherton, da Escola de Psicologia da Universidade de Plymouth, lideraram o estudo. Eles visam usar os resultados para melhorar o bem-estar de pessoas com autismo. A Dra. Atherton afirma que jogos de tabuleiro são uma atividade segura e útil para muitos indivíduos autistas, e as evidências explicam por quê. Eles planejam aplicar essas descobertas em diversos ambientes.

Dr. Cross abordou o hobby de jogos de tabuleiro. Hoje, essa atividade vai muito além de jogar Banco Imobiliário com a família ocasionalmente. Muitas pessoas agora jogam jogos mais modernos em cafés de jogos de tabuleiro, tornando esse passatempo popular e significativo para muitos.

Pesquisadores buscam adaptar jogos atuais para melhor atender pessoas com autismo. O objetivo é tornar esses jogos mais fáceis e divertidos. Recentemente, eles apresentaram suas descobertas em um evento de jogos de tabuleiro no Canadá. Este estudo é recente e pode trazer grandes avanços no futuro.

Jogos de tabuleiro proporcionam uma maneira segura e estruturada para pessoas com autismo socializarem. Eles reduzem o estresse de interações sociais, eliminam a necessidade de conversas informais e oferecem uma diversão escapista. Essas características podem orientar a criação de futuros programas de bem-estar para grupos especiais. As regras e estratégias dos jogos ajudam pessoas com autismo a se concentrarem melhor, tornando as interações sociais mais fáceis e prazerosas.

É fundamental desenvolver jogos de tabuleiro que atendam melhor às pessoas com autismo. Adaptando as regras dos jogos para suas necessidades, podemos torná-los mais úteis. Ao examinar como diferentes regras podem apoiar diversas características autistas, podemos criar jogos de tabuleiro mais inclusivos e divertidos para todos.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1007/s10803-024-06408-0

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Liam Cross, Francesca Belshaw, Andrea Piovesan, Gray Atherton. Game Changer: Exploring the Role of Board Games in the Lives of Autistic People. Journal of Autism and Developmental Disorders, 2024; DOI: 10.1007/s10803-024-06408-0
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