Nova pesquisa: status socioeconômico revoluciona modelos de epidemias durante a pandemia de COVID-19

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Por Bia Chacu
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Gráfico mostrando padrões de renda versus disseminação de doenças.

São PauloEstudo Revela Impacto do Status Socioeconômico na Modelagem de Doenças

Um novo estudo conduzido por cientistas propõe uma mudança significativa na maneira como modelamos a disseminação de doenças, ao integrar fatores de status socioeconômico (SES). Até então, esses modelos se concentravam principalmente nos contatos entre pessoas de diferentes idades para prever como as doenças se espalham. Contudo, essa metodologia mostrou suas limitações, especialmente durante a pandemia de COVID-19, quando as desigualdades de renda e condições de vida tiveram um forte impacto na propagação do vírus.

Eficácia do Modelo Pandêmico em Análise

Dados da Hungria durante a pandemia indicam que o modelo aplicado é eficaz. Ao considerar o status socioeconômico (SES), os pesquisadores conseguiram estimativas mais precisas sobre o impacto da doença na população. Observaram também disparidades significativas nos resultados entre os diferentes grupos socioeconômicos. Pessoas com menor renda estavam mais vulneráveis devido ao acesso limitado à saúde e informações, além de menor adesão às medidas preventivas não-médicas contra o vírus. Desconsiderar essas diferenças nos modelos tradicionais frequentemente leva a estratégias de saúde pública ineficazes.

Aspectos principais do estudo incluem:

  • Utilização de "matrizes de contato generalizadas" para entender padrões de contato impulsionados por fatores socioeconômicos (SES).
  • Avaliação do impacto do SES na conformidade com intervenções não farmacêuticas.
  • Validação do modelo com dados sintéticos e do mundo real.

Utilizar fatores de status socioeconômico (SES) melhora a precisão na previsão dos resultados de epidemias. Isso revela diferenças de saúde que modelos tradicionais costumam ignorar. Estratégias de saúde pública podem se beneficiar dessa abordagem, permitindo ações mais específicas. A pesquisa sugere que modelos futuros de epidemias devem incorporar fatores de SES e não apenas idade, para uma análise mais completa.

As descobertas do estudo têm relevância além da COVID-19. Ao nos prepararmos para futuros surtos, é crucial compreender como os fatores socioeconômicos influenciam a propagação e o impacto das doenças. Considerando esses elementos, podemos entender melhor e combater as desigualdades na saúde. Essa abordagem não só ajuda a prever a disseminação de doenças com mais precisão, mas também torna as medidas de saúde mais eficazes e justas para todos.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1126/sciadv.adk4606

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Adriana Manna, Lorenzo Dall’Amico, Michele Tizzoni, Márton Karsai, Nicola Perra. Generalized contact matrices allow integrating socioeconomic variables into epidemic models. Science Advances, 2024; 10 (41) DOI: 10.1126/sciadv.adk4606
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