Nova pesquisa descobre causa de hemorragia cerebral em bebês prematuros

Tempo de leitura: 3 minutos
Por Alex Morales
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Ilustração médica de hemorragia cerebral em recém-nascidos

São PauloCientistas do Hospital Geral de Massachusetts, parte do Mass General Brigham, descobriram informações importantes que podem ajudar no tratamento de uma condição grave em bebês prematuros. A hemorragia intraventricular (HIV) é um sangramento no cérebro ou ao seu redor que afeta cerca de um terço dos bebês de muito baixo peso ao nascer. Mais de metade desses bebês sofrem com problemas neurológicos ao longo da vida.

Kevin J. Staley, MD, chefe de Neurologia Pediátrica do Hospital Geral de Massachusetts, comentou sobre os desafios. Segundo ele, é difícil entender como ocorrem as lesões cerebrais que causam hemorragia no cérebro de bebês prematuros, o que dificulta a busca por tratamentos eficazes.

Pesquisadores concentraram-se em certos aspectos, como:

  • Modelos animais sugerindo que a redução do tecido cerebral é um fator chave
  • Estiramento dos vasos sanguíneos devido à redução do tecido
  • O papel de certos transportadores de sal e água no cérebro

Experimentos com camundongos mostraram que transportadores específicos de sal e água nas membranas dos neurônios contribuem para a redução do tecido. Essa redução ocorre em resposta à falta de oxigênio no cérebro. Staley e sua equipe manipularam a atividade desses transportadores nos camundongos, e o resultado foi promissor. Alterar os transportadores impediu a redução dos neurônios e o subsequente estiramento dos vasos sanguíneos após uma lesão cerebral em neurônios imaturos.

O estudo revelou que modificar esses transportadores em modelos animais pode reduzir os efeitos de lesões cerebrais. Essa descoberta pode levar à criação de novos tratamentos e métodos de prevenção para sangramentos cerebrais em bebês prematuros.

Essas descobertas têm o potencial de revolucionar o tratamento médico. Se o que observamos em camundongos também ocorrer em recém-nascidos humanos, poderemos desenvolver novos tratamentos voltados para transportadores. Isso pode reduzir significativamente os casos de HIV ou amenizar seus efeitos graves. O próximo passo crucial é analisar os dados clínicos provenientes de recém-nascidos humanos.

Esta pesquisa destaca a necessidade de tratamentos específicos baseados em uma compreensão detalhada do funcionamento dos processos. Em vez de abordar todas as lesões cerebrais, os tratamentos agora podem focar em impedir que as células nervosas encolham e que os vasos sanguíneos se estendam.

O estudo revela que cérebros imaturos e maduros reagem de maneira diferente a lesões. Enquanto cérebros maduros incham quando lesionados, exigindo tratamentos específicos, cérebros imaturos encolhem, necessitando de uma abordagem distinta. Essas informações podem ajudar no desenvolvimento de melhores tratamentos para recém-nascidos prematuros, que são particularmente vulneráveis.

Esta pesquisa revela como as respostas a lesões cerebrais podem ser complexas e, por vezes, surpreendentes, especialmente em organismos em crescimento. Descobrir maneiras de controlar certas funções celulares para evitar danos graves traz esperança para os bebês e suas famílias.

Este estudo é um avanço importante no entendimento e tratamento de uma condição grave em bebês prematuros. Ao focar na alteração de certos transportadores, podemos descobrir novas maneiras de tratar e prevenir a hemorragia intraventricular (IVH). Pesquisadores continuarão a examinar esses resultados em humanos, o que pode levar a uma saúde melhor para recém-nascidos de risco.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1093/brain/awae161

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Fatemeh Bahari, Volodymyr Dzhala, Trevor Balena, Kyle P Lillis, Kevin J Staley. Intraventricular haemorrhage in premature infants: the role of immature neuronal salt and water transport. Brain, 2024; DOI: 10.1093/brain/awae161
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