Novo estudo revela segredos dos sensores de nutrientes no intestino humano

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Chi Silva
- em
Ilustração colorida do intestino mostrando sensores de hormônios.

São PauloCientistas do Instituto Hubrecht e do Instituto de Biologia Humana da Roche avançaram significativamente no entendimento de como o intestino detecta nutrientes. Essa descoberta pode levar a novos tratamentos para diversos distúrbios metabólicos e digestivos. O intestino é um órgão complexo que não só absorve nutrientes como também libera hormônios para controlar a digestão e a fome. A pesquisa se concentra nas células enteroendócrinas (EECs), que são partes raras, mas essenciais, do revestimento intestinal e ajudam a gerenciar essas funções.

Pesquisadores desenvolveram novos métodos para identificar e estudar sensores de nutrientes em CCEs humanos. Eles alcançaram os seguintes resultados:

  • Desenvolveu métodos para obter grandes quantidades de EECs em organoides.
  • Identificou o marcador de superfície, CD200, para isolar EECs nas pesquisas.
  • Descobriu novos receptores sensoriais que regulam a liberação de hormônios.
  • Utilizou a tecnologia CRISPR para desvendar as funções desses receptores.

A maioria das pesquisas existentes utiliza modelos animais, mas EECs de camundongos e humanos reagem de forma diferente. Para solucionar isso, pesquisadores desenvolveram organoides humanos que se assemelham bastante ao tecido humano. Esses organoides oferecem um método preciso e escalável para estudar EECs humanas.

Estudo Explora Controle do Apetite e Impactos na Obesidade

A pesquisa foca na criação de pequenas versões de tecidos estomacais que imitam o comportamento dos estômagos reais, respondendo a determinados sinais com a produção do hormônio grelina, responsável por estimular a fome. Isso permite uma melhor compreensão de como certas células do estômago funcionam. Os resultados podem aprimorar nosso conhecimento sobre o controle do apetite e contribuir para lidar com a obesidade e problemas de saúde relacionados.

A pesquisa possui um potencial que vai além do simples controle da fome. A manipulação das células enterocromafins e a liberação de seus hormônios podem abrir caminho para novos tratamentos. Por exemplo, podem ser desenvolvidas terapias para ajudar na movimentação intestinal em condições como síndrome do intestino irritável ou gastroparesia diabética. Modificar a forma como o corpo processa nutrientes pode aprimorar as maneiras de gerenciar doenças metabólicas como diabetes e obesidade.

Compreender o funcionamento desses sensores de nutrientes oferece aos pesquisadores uma ferramenta fundamental para prever e controlar a reação dos hormônios intestinais. Esse avanço abre caminho para pesquisas futuras que visem criar tratamentos personalizados com base nos sinais hormonais do intestino de cada pessoa.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1126/science.adl1460

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Joep Beumer, Maarten H. Geurts, Veerle Geurts, Amanda Andersson-Rolf, Ninouk Akkerman, Franziska Völlmy, Daniel Krueger, Georg A. Busslinger, Adriana Martínez-Silgado, Charelle Boot, Fjodor A. Yousef Yengej, Jens Puschhof, Wiline J. Van de Wetering, Kevin Knoops, Carmen López-Iglesias, Peter J. Peters, Judith A. Vivié, Dylan Mooijman, Johan H. van Es, Hans Clevers. Description and functional validation of human enteroendocrine cell sensors. Science, 2024; 386 (6719): 341 DOI: 10.1126/science.adl1460
Ciência: Últimas notícias
Leia mais:

Compartilhar este artigo

Comentários (0)

Publicar um comentário