Estudo revela robôs bio-híbridos com pele realista, autossuficiente e sensível ao ambiente

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Ana Silva
- em
Robô com pele autorregenerável e sensível semelhante à humana.

São PauloPesquisadores desenvolveram uma forma de conectar pele artificial a robôs humanóides. Isso permite que os robôs se movimentem melhor, se autorregenerem, percebam o ambiente ao redor e pareçam mais humanos. O projeto foi liderado pelo Professor Shoji Takeuchi da Universidade de Tóquio. Sua equipe, o Laboratório de Sistemas Biohíbridos, é renomada por integrar biologia e engenharia.

Principais Descobertas da Pesquisa:

  • Adesão aprimorada com o uso de ligamentos cutâneos
  • Perfurações em formato V para melhor fixação na pele
  • Utilização de gel de colágeno e tratamento com plasma para adesão
  • Capacidades de autocura semelhantes à pele humana
  • Aplicações potenciais em cosméticos e treinamento médico

A equipe projetou aberturas no rosto do robô para manter a pele fixa. Isso permite que a pele se mova junto com as partes do robô sem rasgar ou soltar.

Anteriormente, a fixação do tecido cutâneo em superfícies sólidas necessitava o uso de pequenos ganchos ou âncoras, que apresentavam desvantagens e podiam danificar o robô durante a movimentação. O novo método emprega um gel de colágeno que se infiltra em pequenos orifícios. O tratamento com plasma facilita a entrada do colágeno nesses orifícios.

Manipular tecidos biológicos é complicado porque eles precisam permanecer estéreis para evitar infecções bacterianas, que podem prejudicar o tecido. No entanto, utilizar pele viva apresenta vantagens. Diferente dos materiais sintéticos, a pele biológica pode se curar sozinha. Ela cresce como células normais e pode incluir nervos e outras partes para sensações.

Takeuchi e sua equipe pretendem aplicar suas pesquisas em estudos médicos. Um "rosto-em-um-chip" poderia auxiliar em áreas como envelhecimento da pele, cosméticos, cirurgia plástica, entre outras. A adição de sensores à pele ajudaria robôs a perceber melhor e responder ao ambiente ao seu redor.

Takeuchi explicou que fazer robôs se parecerem com humanos envolve desafios como criar rugas na superfície e uma camada de pele mais espessa para um visual realista. Também seria necessário adicionar características como glândulas sudoríparas, poros, vasos sanguíneos, gordura e nervos. Outro grande desafio é fazer os robôs se moverem como humanos, o que exigiria partes internas avançadas como atuadores ou músculos.

A equipe está empenhada em desenvolver robôs capazes de se auto-reparar, perceber o ambiente ao redor e executar tarefas com habilidade. Esse trabalho pode revolucionar diversas áreas e contribuir para a criação de robôs avançados com capacidades semelhantes às humanas.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1016/j.xcrp.2024.102066

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Michio Kawai, Minghao Nie, Haruka Oda, Shoji Takeuchi. Perforation-type anchors inspired by skin ligament for robotic face covered with living skin. Cell Reports Physical Science, 2024; 102066 DOI: 10.1016/j.xcrp.2024.102066
Ciência: Últimas notícias
Leia mais:

Compartilhar este artigo

Comentários (0)

Publicar um comentário