Estudo revela: algas detectam o ambiente através de sinais químicos

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Por Alex Morales
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Algas detectando sinais químicos no ambiente aquático.

São PauloCientistas do Laboratório Bigelow descobriram que as glaucófitas, um tipo de alga unicelular, utilizam substâncias químicas para perceber e reagir ao ambiente. Este achado indica que até os organismos mais simples podem usar sinais químicos, e que essa capacidade surgiu muito antes na evolução da vida do que pensávamos anteriormente.

Glaucófitas: Algas que Utilizam Sinais Químicos para Comunicar

As glaucófitas são um tipo de alga que se comunicam através de sinais químicos. Essa descoberta sugere que diversas formas de vida podem ter originalmente utilizado métodos semelhantes de comunicação antes de evoluírem de maneiras distintas.

Compreender a comunicação entre algas é fundamental. Isso nos ajuda a aprender sobre a evolução delas e suas transformações ao longo do tempo. Conhecer como microalgas, como as glaucófitas, interagem é essencial. Essas algas desempenham um papel crucial no ciclo de nutrientes em sistemas aquáticos. Esse conhecimento auxilia na previsão do comportamento dos ecossistemas, especialmente em situações de estresse.

Baptiste Genot, líder do estudo, afirmou que plantas e glaucófitas possuem processos de comunicação semelhantes, utilizando os mesmos componentes básicos da vida. Entender como células individuais, como as algas, realizam essas tarefas está proporcionando novas percepções.

Pontos Essenciais do Estudo:

  • Glaucófitas podem produzir hormônios potentes como o etileno.
  • A resposta das algas ao estresse é diminuir sua taxa de crescimento.
  • Este estudo é a primeira evidência de glaucófitas liberando hormônios.

O estudo analisou uma espécie de glaucofita chamada Cyanophora paradoxa. Os cientistas descobriram que a C. paradoxa produz um hormônio chamado etileno, também presente em plantas. Esse hormônio é fundamental para o amadurecimento de frutas e ajuda as plantas a lidarem com o estresse.

Quando os cientistas forneceram às algas uma substância essencial para a produção de etileno, as algas produziram grande quantidade desse hormônio e também cresceram mais devagar.

Burns afirmou que, ao analisar os genes das plantas, você não esperaria que os glaucófitos usassem as mesmas vias de sinalização. As plantas são frequentemente vistas como um padrão para a vida fotossintética, mas elas evoluíram de forma diferente.

Este estudo é relevante pois demonstra que os glaucófitos apresentam mais semelhanças com outras algas do que com plantas em determinados comportamentos. Ele questiona como esses organismos alteram comportamentos como natação ou crescimento em resposta a certos hormônios.

Burns e Genot querem saber como outros organismos do ecossistema reagem a essas mudanças químicas. Eles também estão interessados em descobrir se outras espécies de algas utilizam os mesmos sinais hormonais para se comunicar.

Glaucófitas são valiosas para estudar a história evolutiva. Elas são fáceis de manter em laboratório e crescem rapidamente. Também podem contribuir para a criação de novos produtos a partir de algas, como substitutos de plástico.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1111/jeu.13041

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Baptiste Genot, Margaret Grogan, Matthew Yost, Gabriella Iacono, Stephen D. Archer, John A. Burns. Functional stress responses in Glaucophyta: Evidence of ethylene and abscisic acid functions in Cyanophora paradoxa. Journal of Eukaryotic Microbiology, 2024; DOI: 10.1111/jeu.13041
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