Nova abordagem com inibidores de PARP: tratamento adaptativo personalizado para câncer de ovário

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Por Ana Silva
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Fita de DNA com comprimidos e células de câncer de ovário.

São PauloO câncer de ovário é frequentemente diagnosticado tardiamente, dificultando o tratamento. Os pacientes rapidamente desenvolvem resistência aos tratamentos convencionais. Mesmo com terapias intensivas, a recidiva do câncer é comum. Métodos inovadores são essenciais para lidar efetivamente com essa doença.

Inibidores de PARP têm se destacado como uma opção de tratamento, ao mirarem mecanismos específicos de reparo de DNA nas células cancerígenas. Contudo, seu uso apresenta desafios:

  • Toxicidade
  • Resistência emergente aos medicamentos

Pesquisadores do Moffitt Cancer Center desenvolveram uma nova terapia adaptativa, que pode aprimorar a terapia de manutenção com inibidores de PARP. O estudo deles é destaque na capa da edição de 19 de junho da revista Cell Systems.

Inibidores de PARP impedem uma proteína de reparar o DNA danificado, fazendo com que as células cancerígenas não consigam se regenerar após serem danificadas pela quimioterapia, levando-as à morte. Os métodos tradicionais de dosagem utilizam a maior dose suportável pelos pacientes, o que frequentemente causa efeitos colaterais severos e obriga a redução da dose, enfraquecendo o tratamento.

Pesquisadores do Moffitt usaram testes de laboratório e modelos matemáticos para comparar diferentes formas de ajustar doses de medicamentos. Eles criaram um modelo para testar várias programações de alteração das doses. Descobriram que ajustar as doses com base na resposta do tumor é mais eficaz do que não administrar doses.

A equipe utilizou microscopia de lapso de tempo para estudar células de câncer de ovário. Eles observaram como as células reagiram a diferentes planos de tratamento. Suas descobertas mostraram que ajustar a dosagem continuamente foi eficaz para controlar o tumor enquanto usavam muito menos medicação do que os métodos habituais.

Experimentos realizados em organismos vivos confirmaram que essas descobertas estavam corretas, provando que o método adaptativo é eficaz em situações reais.

O estudo foi apoiado pelo Instituto Nacional do Câncer e pelo Centro de Excelência para Terapias Evolutivas da Moffitt.

Os resultados até agora são promissores, mas a pesquisa ainda não foi concluída. A equipe está se empenhando em confirmar e aprimorar os métodos de terapia adaptativa. Com a repetição de testes e a combinação de diferentes áreas de estudo, eles acreditam que poderão descobrir maneiras mais eficazes de planejar tratamentos contra o câncer.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1016/j.cels.2024.04.003

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Maximilian A.R. Strobl, Alexandra L. Martin, Jeffrey West, Jill Gallaher, Mark Robertson-Tessi, Robert Gatenby, Robert Wenham, Philip K. Maini, Mehdi Damaghi, Alexander R.A. Anderson. To modulate or to skip: De-escalating PARP inhibitor maintenance therapy in ovarian cancer using adaptive therapy. Cell Systems, 2024; 15 (6): 510 DOI: 10.1016/j.cels.2024.04.003
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