Comunidades xiitas no Líbano e no Iraque celebram Ashoura com fervor

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Por Alex Morales
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Bandeiras e estandartes na procissão de Ashoura Xiita.

São PauloEscoteiros juvenis dos subúrbios do sul de Beirute exibiram fotos do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, do líder supremo do Irã, Aiatolá Ali Khamenei, e do clérigo libanês Moussa al-Sadr durante a Ashura. Milhares de pessoas participaram do evento, demonstrando a importância dessa ocasião para a comunidade xiita local. Muitos carregavam bandeiras amarelas do Hezbollah para mostrar seu apoio ao grupo. Apesar do anúncio anterior de Nasrallah de que as procissões de Ashura não seriam realizadas devido a confrontos em andamento, houve uma grande participação na área conhecida por forte presença do Hezbollah.

Ashoura é um evento significativo para os muçulmanos xiitas, que relembram a morte do Imam Hussein. Este ano, acontece em meio a um aumento do conflito na região. O Hezbollah atacou Israel após o ataque surpresa do Hamas em 7 de outubro, elevando ainda mais as tensões. Ambos os lados sofreram perdas consideráveis: 17 soldados e 13 civis israelenses foram mortos pelo Hezbollah, enquanto ataques aéreos israelenses no sul do Líbano resultaram em mais de 450 mortos. A violência obrigou dezenas de milhares a fugir de suas casas na fronteira entre Líbano e Israel.

Em um discurso recente na TV, Nasrallah alertou Israel para não atacar civis libaneses. Ele afirmou que miraria mais cidades e vilarejos israelenses se os ataques continuassem. Sua declaração evidencia o compromisso do Hezbollah com a proteção de sua terra e de seu povo.

Milhares de peregrinos muçulmanos xiitas reuniram-se em Karbala, no Iraque, para visitar o santuário do Imam Hussein. Este é o maior encontro islâmico depois da peregrinação Hajj em Meca. O evento deste ano contou com bandeiras palestinas e cânticos a favor do Hezbollah, demonstrando a unidade das comunidades xiitas contra inimigos comuns.

O polêmico ritual de tatbir é praticado com correntes e facas nas costas

O rito de "tatbir", onde as pessoas se autoflagelam com correntes e facas, também foi observado. Este ato visa lembrar o sangue de Hussein, que foi assassinado. Ainda é um tema de debate entre os líderes xiitas. Apesar das divergências, muitos continuam a seguir essa tradição.

Fatos rápidos sobre a comemoração da Ashoura:

  • Retratos de líderes do Hezbollah e do Irã foram destacados em Beirute
  • Milhares participaram das procissões mesmo com preocupações de segurança
  • Dezenas de milhares foram deslocados devido aos confrontos na fronteira Líbano-Israel
  • Nasrallah avisou Israel contra ataques a civis
  • Em Karbala, a celebração incluiu apoio aos palestinos e rituais de derramamento de sangue

Abu Alaa al-Walae, líder da milícia Kataib Sayyid al-Shuhada, afirmou que a luta atual contra Israel e os Estados Unidos é uma continuação da batalha de Hussein em Karbala. Ele mencionou que a aliança de Irã, Hezbollah e outros grupos apoiados por Teerã está sustentando a luta histórica de Hussein.

O uso de bandeiras palestinas e atos de derramamento ritual de sangue evidencia a união persistente entre as comunidades xiitas, destacando suas conexões políticas e religiosas compartilhadas, combinando seus desafios históricos e atuais.

Durante as comemorações de Ashoura, esses eventos mostram como tradições religiosas se misturam com questões políticas atuais. As demonstrações de unidade e resistência nessas procissões revelam uma identidade complexa entre os muçulmanos xiitas na região. Esses desenvolvimentos são importantes de acompanhar, pois refletem tendências mais amplas na política e na sociedade do Oriente Médio.

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