Exigência de Israel em Gaza dificulta negociações de cessar-fogo

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Por Bia Chacu
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Pontos de controle na fronteira de Gaza com presença militar e barreiras.

São PauloA exigência de Israel de controlar duas áreas-chave em Gaza como parte das negociações de paz está dificultando a obtenção de um acordo. Autoridades afirmam que Israel quer manter soldados no corredor Filadélfia ao longo da fronteira Gaza-Egito e no corredor Netzarim, que separa o norte de Gaza do sul. Essa decisão é principalmente uma questão de segurança, mas também impacta a política e a vida das pessoas na região.

Corredores-chave e sua relevância:

Corredor Filadélfia: Um Ponto Estratégico na Fronteira Gaza-Egito

Um estreito corredor na fronteira entre Gaza e Egito, com 14 quilômetros de extensão, onde se encontra a crucial Passagem de Rafah, que era a principal saída de Gaza não controlada por Israel. Israel afirma que essa área é essencial para impedir o contrabando de armas através de túneis para Gaza.

  • Corredor de Netzarim: Separa o norte de Gaza do sul.
  • Tem aproximadamente 6 quilômetros de extensão.
  • Tem como objetivo impedir que militantes se desloquem facilmente entre o norte e o sul.

Benjamin Netanyahu, Primeiro-Ministro de Israel, afirma que controlar essas áreas é necessário para impedir que o Hamas obtenha mais armas e para reduzir a atividade militante no norte de Gaza. O corredor Filadélfia é uma questão central, pois Israel acredita que seja uma rota crucial para o contrabando de armamentos. O Egito, por outro lado, afirma já ter destruído muitos túneis em seu território e estabelecido uma área segura.

Hamas não quer que Israel permaneça em Gaza por muito tempo, pois vê essa presença como uma ocupação. O Egito, na tentativa de ajudar a resolver a questão, também é contra a permanência de Israel, alertando que isso poderia romper o acordo de paz de 1979. O Egito não abrirá sua parte da Passagem de Rafah até que Israel se retire, complicando ainda mais as negociações.

Os palestinos veem o estabelecimento de postos de controle e instalações militares israelenses como um sinal de ocupação contínua e possível expansão de assentamentos. Sua preocupação é compreensível, considerando o controle militar passado de Israel e atividades de assentamento na Cisjordânia e Gaza antes de 2005.

Israel chama essas exigências de "esclarecimentos" sobre uma proposta anterior apoiada por grupos internacionais, mas muitos questionam suas verdadeiras intenções. O discurso do Presidente Joe Biden e a resolução de cessar-fogo do Conselho de Segurança da ONU não mencionaram essas demandas de corredor; ambos focaram na retirada completa de Israel.

Para Israel, controlar esses caminhos tem mais a ver com manter a influência e o poder em Gaza do que apenas com segurança imediata. No entanto, essa estratégia pode acabar prejudicando qualquer chance de paz duradoura. Insistir no controle dessas rotas pode aumentar as tensões e prolongar o conflito, dificultando ainda mais a busca por uma solução definitiva.

O controle de Israel sobre esses corredores impactará sua segurança e suas relações com outros, especialmente o Egito e grupos internacionais que desejam uma retirada total. Ainda é incerto como essas exigências afetarão as negociações em curso e se resultarão em paz ou mais conflitos.

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