Debate entre candidatos à presidência do Irã foca em economia

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Bia Chacu
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Púlpito de debate com a bandeira do Irã e símbolos econômicos.

São PauloO Irã está se preparando para a eleição presidencial em 28 de junho, em um momento de grandes tensões. O programa nuclear do Irã está avançando rapidamente. Além disso, o país está fornecendo armas à Rússia na guerra da Ucrânia e reprimindo a oposição interna. Seu apoio a grupos militantes no Oriente Médio, como os rebeldes Houthi do Iêmen, também está chamando atenção.

Aqui estão os seis principais candidatos:

  • Mohammad Bagher Qalibaf, 62 anos, ex-prefeito de Teerã com ligações com a Guarda Revolucionária.
  • Masoud Pezeshkian, 69 anos, deputado e cirurgião cardíaco apoiado por alguns reformistas.
  • Amir Hossein Qazizadeh Hashemi, 53 anos, vice-presidente do Irã.
  • Ali Reza Zakani, 58 anos, atual prefeito de Teerã.
  • Saeed Jalili, 58 anos, membro do Conselho Supremo de Segurança Nacional.
  • Mostafa Pourmohammadi, 64 anos, ex-ministro do interior.

Qalibaf é um dos principais candidatos. Ele tem um histórico controverso. Como ex-general da Guarda, esteve envolvido na repressão aos estudantes universitários iranianos em 1999. Em 2003, enquanto chefe de polícia, ordenou o uso de munição letal contra os estudantes.

Pezeshkian é o único candidato moderado. Ele considera as sanções um problema sério e defende a redução das restrições na internet. O Irã bloqueia grandes plataformas de mídia social como Facebook, X e Instagram por questões de segurança. Ele também conta com algum apoio de figuras pró-reforma, como o ex-presidente Mohammad Khatami e o ex-ministro das Relações Exteriores Mohammad Javad Zarif.

Todos os candidatos afirmam que irão fortalecer a moeda do Irã, o rial. O rial caiu para 580.000 em relação ao dólar, uma situação muito pior do que os 32.000 por dólar em 2015, quando o Irã firmou um acordo nuclear. Nenhum dos candidatos menciona o acordo nuclear. O Líder Supremo, Aiatolá Khamenei, é quem decide sobre questões importantes como a política nuclear.

Qalibaf promete ajudar os pobres e melhorar a economia. Ele planeja acabar com as sanções através da diplomacia. O vice-presidente Qazizadeh Hashemi, o prefeito de Teerã Zakani e o membro do Conselho Supremo de Segurança Nacional Jalili também estão na disputa. O clérigo Mostafa Pourmohammadi, que fez parte do gabinete do presidente Hassan Rouhani, também é candidato.

A eleição é crucial devido aos problemas internos e externos do Irã. A economia está debilitada por causa das sanções. O valor do dinheiro iraniano está em queda. Os candidatos pró-reforma possuem pouca influência. Um exemplo disso é a queda dos votos de Pezeshkian em Tabriz, de 36% para 24% nos últimos oito anos.

Raisi venceu a última eleição em 2021 com uma participação muito baixa, a menor de toda a história da República Islâmica. A eleição deste ano também pode ter um número reduzido de eleitores. A população está insatisfeita devido a problemas como uma economia frágil e a falta de liberdades.

Os candidatos estão evitando falar sobre o acordo nuclear, embora os debates sobre políticas econômicas sejam importantes. Khamenei controla questões chave do estado, como a política externa e as forças armadas. O novo presidente pode não ter muito poder para fazer mudanças. A principal atenção está em quem pode resolver melhor os problemas econômicos do Irã e lidar com as relações internacionais.

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