A Via Láctea: uma raridade do cosmos?

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Por Chi Silva
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Via Láctea cercada por várias galáxias satélites.

São PauloEstudos recentes da Pesquisa SAGA revelam novas informações sobre a singularidade da Via Láctea, especialmente em comparação com outras galáxias parecidas. A pesquisa examinou por mais de dez anos os sistemas de satélites de 101 galáxias semelhantes em tamanho à Via Láctea. Apesar de ser amplamente conhecida, a Via Láctea pode ser diferente das demais galáxias desse grupo.

O estudo revelou vários resultados significativos.

Galáxias da massa da Via Láctea abrigam um número menor de satélites, com apenas quatro principais, quando comparadas a outras galáxias de massa semelhante. No entanto, as galáxias que possuem um satélite massivo, como a Grande Nuvem de Magalhães, tendem a abrigar mais satélites no total. Ainda, fatores ambientais parecem desempenhar um papel crucial na capacidade de formação de estrelas dos satélites galácticos.

A Via Láctea possui um número menor de pequenas galáxias orbitando ao seu redor do que o esperado, mesmo com a presença da Grande Nuvem de Magalhães (GNM). Essa disparidade sugere que nossa galáxia pode ter adquirido essas grandes galáxias próximas somente recentemente. A GNM pode ter influenciado significativamente o comportamento e a quantidade dessas galáxias menores ao longo do tempo.

Estudos recentes destacam como fatores ambientais podem levar as galáxias satélites a interromper a formação de estrelas, um processo chamado "quenching". Galáxias satélites mais próximas de uma galáxia hospedeira maior têm maior probabilidade de cessar a formação estelar. Isso sugere que as interações envolvendo gravidade e o meio interestelar desempenham um papel significativo. Essa descoberta nos ajuda a compreender melhor como as galáxias evoluem e as influências cósmicas maiores que afetam essas mudanças.

Pesquisa revela novos insights sobre a formação de galáxias

O estudo buscou aprofundar o conhecimento sobre a formação de galáxias. Ele sugere que galáxias que pararam de formar estrelas podem ser encontradas até mesmo em regiões com pouca densidade de outras galáxias. Futuras ferramentas, como o Levantamento do Instrumento Espectroscópico de Energia Escura, podem nos ajudar a entender melhor esse fenômeno.

Pesquisa SAGA amplia conhecimentos em astronomia

O levantamento SAGA tem contribuído significativamente para a astronomia ao fornecer novas medidas de desvio para o vermelho para cerca de 46 mil galáxias. Esse vasto conjunto de dados não se limita apenas às galáxias satélites, mas também pode ser valioso para diversos estudos astronômicos.

Os resultados destacam a complexidade na formação e evolução das galáxias ao longo do tempo. A Via Láctea parece ser um caso único, ilustrando como as galáxias no universo estão conectadas e sempre em transformação. A pesquisa SAGA oferece aos cientistas uma visão mais ampla, permitindo a comparação da nossa galáxia com outras e ampliando nosso conhecimento sobre o universo.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.48550/arXiv.2404.14498

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Yao-Yuan Mao, Marla Geha, Risa H. Wechsler, Yasmeen Asali, Yunchong Wang, Erin Kado-Fong, Nitya Kallivayalil, Ethan O. Nadler, Erik J. Tollerud, Benjamin Weiner, Mithi A. C. De Los Reyes, John F. Wu. The SAGA Survey. III. A Census of 101 Satellite Systems around Milky Way-mass Galaxies. Submitted to arXiv, 2024 DOI: 10.48550/arXiv.2404.14498
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