Como sabemos quando nossas memórias são precisas

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Chi Silva
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Cérebro com peças de quebra-cabeça representando memórias precisas e preenchidas.

São PauloPesquisa da Universidade de Birmingham revela que podemos identificar quando nossas memórias estão corretas. Nossas lembranças combinam detalhes específicos com conhecimentos gerais. O estudo descobriu que, quando o conhecimento geral ocupa mais espaço em nossas memórias, nossa confiança nessas lembranças diminui.

Aqui estão os principais pontos do estudo:

  • Os participantes visualizaram objetos com cores não correspondentes (como uma maçã azul).
  • Eles realizaram uma tarefa de distração resolvendo problemas matemáticos simples.
  • Em seguida, tentaram lembrar a cor exata do objeto.
  • Por fim, classificaram sua confiança como "certo", "incerto" ou "chute".

Pesquisadores utilizaram aprendizado de máquina para estudar as respostas. Eles descobriram que os participantes sentiam menos confiança em suas respostas quando suas memórias estavam mais próximas de cores comuns. Isso demonstra que as pessoas conseguem perceber quando suas memórias são baseadas em informações gerais.

Dr. Ben Griffiths, que liderou o estudo, afirmou que nossos cérebros memorizam detalhes especiais de eventos raros, mas utilizam conhecimento geral para eventos comuns. Por exemplo, você pode se lembrar de algo específico sobre um jantar de aniversário. No entanto, para atividades cotidianas como o trajeto diário para o trabalho, seu cérebro só guarda detalhes incomuns, como novas obras na estrada ou um quase acidente com outro carro.

Os resultados do estudo são relevantes para casos legais, especialmente no que diz respeito a relatos de testemunhas oculares. Relembrar eventos com precisão pode ser crucial nessas situações. Saber diferenciar entre uma memória verdadeira e uma influenciada por conhecimento geral pode ajudar as pessoas a tomar decisões mais acertadas.

Dr. Griffiths explicou que as pessoas frequentemente têm dificuldade em reconhecer rostos e confundem memórias reais com padrões comuns. Isso também acontece ao lembrar de eventos, o que é crucial para acreditar na narrativa de alguém sobre o que ocorreu.

O estudo envolveu mais de 200 pessoas que observaram objetos, realizaram uma tarefa para distraí-las e depois tentaram se lembrar de detalhes específicos. Os resultados mostram que as pessoas conseguem avaliar quão confiáveis são suas memórias, mesmo quando usam conhecimentos gerais para preencher partes ausentes. Aprendizado de máquina foi utilizado para identificar padrões nos níveis de confiança, apoiando as conclusões do estudo.

Um estudo na revista Communications Psychology revela que nossos cérebros são hábeis em identificar quando nossas memórias são precisas e quando são influenciadas pelo conhecimento geral que possuímos. Esse reconhecimento pode nos tornar mais confiantes em nossas lembranças pessoais e legais.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s44271-024-00108-2

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Casper Kerrén, Yiming Zhao, Benjamin J. Griffiths. A reduction in self-reported confidence accompanies the recall of memories distorted by prototypes. Communications Psychology, 2024; 2 (1) DOI: 10.1038/s44271-024-00108-2
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