Promessas eleitorais caras na França aumentam preocupações com a dívida

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Por Bia Chacu
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Ícone da bandeira francesa ao lado do gráfico de aumento da dívida

São PauloO presidente Emmanuel Macron enfrenta concorrência de diversos grupos políticos na França. A Frente Nacional de Marine Le Pen e a Nova Frente Popular, uma coalizão de partidos da extrema-esquerda ao centro-esquerda, estão ganhando apoio. O economista Nicolas Veron, do Peterson Institute for International Economics, afirma que o centro político praticamente desapareceu.

A população enfrenta problemas econômicos, levando a um aumento de visões políticas mais extremas. A alta nos preços e orçamentos domésticos apertados são questões comuns. A economia francesa passa por dificuldades, com o FMI prevendo um crescimento fraco de apenas 0,7% este ano. No ano passado, o crescimento também foi baixo, registrando 0,9%.

Promessas dos extremos políticos são caras. Economistas afirmam que essas promessas podem custar dezenas de bilhões de euros. A ascensão do Rassemblement National levou o índice CAC 40 a despencar para seu nível mais baixo em mais de dois anos. Os rendimentos dos títulos do governo francês também aumentaram devido a preocupações com pressões financeiras.

Macron afirma que as promessas econômicas do Rassemblement National custariam 100 bilhões de euros por ano. Ele também criticou os planos da esquerda, dizendo que seriam quatro vezes mais caros. O presidente do partido, Jordan Bardella, contestou os números apresentados por Macron, mas não forneceu custos detalhados para os planos de sua legenda.

Aqui estão alguns exemplos das promessas:

  • O partido Reunião Nacional quer reduzir os impostos sobre vendas de combustível, eletricidade e gás de 20% para 5,5%.
  • A Frente Popular Nova propõe congelar os preços de itens essenciais como combustível, energia e alimentos.
  • Ambos os grupos desejam reverter as reformas da previdência, diminuindo a idade de aposentadoria de 64 para 62 anos.

Bardella afirma que muitos franceses não conseguem arcar com necessidades básicas, como aquecimento. O Institut Montaigne estima que os cortes de impostos propostos por Bardella custariam entre 9 e 13,6 bilhões de euros por ano. Já o Ministério das Finanças acredita que o custo pode ser ainda maior, chegando a até 16,8 bilhões de euros anuais.

Frente Popular anuncia aumento do salário mínimo para 1.600 euros

A Nova Frente Popular planeja aumentar o salário mínimo em 200 euros, elevando-o para 1.600 euros por mês. O Institut Montaigne estima que congelar salários e preços pode custar entre 12,5 bilhões e 41,5 bilhões de euros por ano. Eles também alertam que aumentar os salários pode prejudicar empregos e a economia, tornando a mão de obra mais cara.

Jean-Luc Mélenchon lidera o partido França Insubmissa, que desempenha um papel crucial na coalizão Nova Frente Popular. Ele afirma que o plano deles necessitaria de 200 bilhões de euros em despesas governamentais ao longo de cinco anos e acredita que isso geraria 230 bilhões de euros ao impulsionar a economia.

Tanto a esquerda quanto a direita querem revogar as reformas previdenciárias de Macron. Macron implementou uma mudança para aumentar a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos, com o objetivo de ajudar a financiar as aposentadorias da população envelhecida. Revogar essa reforma poderia reavivar discussões sobre como financiar o sistema previdenciário.

As promessas atraem eleitores enfrentando dificuldades financeiras, mas são caras. Economistas e especialistas financeiros temem que esses planos aumentem a dívida. A situação política da França está mais polarizada, gerando incertezas nos mercados e nas políticas governamentais.

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