Novas descobertas sobre fenômenos de fontes hidrotermais no Ártico podem inspirar buscas por vida extraterrestre

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Por Chi Silva
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Fonte hidrotermal do Ártico com diversa vida marinha.

São PauloUm novo estudo trouxe mais informações sobre os diferentes tipos de chaminés hidrotermais no fundo do Oceano Ártico, especialmente no local Polaris, na Cordilheira Gakkel. Inicialmente acreditava-se tratar-se de um tipo típico de chaminé negra devido à sua localização e observações iniciais, mas agora foi descoberto que o sistema de ventilação de Polaris possui baixo teor de metais, porém é rico em hidrogênio e metano. Esta descoberta sugere que existem mais variedades de sistemas de ventilação em dorsais oceânicas de espalhamento muito lento do que sabíamos anteriormente.

Principais descobertas do estudo incluem:

  • Polaris gera fluidos ricos em hidrogênio e metano, ao contrário dos sistemas tradicionais de chaminés negras.
  • A energia potencial disponível para a vida em Polaris é maior do que em muitos outros locais de fontes hidrotermais.
  • Há uma alta diversidade microbiana, sugerindo ecossistemas únicos.

Cientistas acreditam que as fontes hidrotermais ricas em hidrogênio encontradas em locais como Polaris podem nos ajudar a entender onde a vida pode existir em mundos oceânicos, como Europa ou Encélado no nosso sistema solar. Essa ideia faz parte dos esforços da NASA para explorar esses ambientes, especialmente por meio do programa Rede de Mundos Oceânicos. Ao estudar essas áreas na Terra, obtemos insights sobre onde a vida pode ser possível além do nosso planeta.

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Cientistas que investigam as fontes hidrotermais no Ártico precisam encontrar novas maneiras de explorá-las devido à variação em sua composição química. Diferentemente de outros tipos de fontes que são fáceis de localizar e estudar, as que são ricas em hidrogênio exigem métodos mais avançados para compreender sua origem e características. Isso implica na necessidade de desenvolver ferramentas melhores para mapear o fundo do oceano e explorar as plumas originadas dessas fontes.

Este estudo é relevante tanto para a Terra quanto para a busca de vida no espaço. No caso da Terra, incentiva os cientistas a refletirem sobre os diferentes marcadores químicos das fontes hidrotermais e seus impactos na vida marinha. Para a exploração espacial, auxilia na identificação de locais onde a vida pode existir fora do nosso planeta. Ao aprofundar o conhecimento sobre o fundo do mar na Terra, os cientistas buscam aplicar essas descobertas no estudo de outros planetas que também possuem oceanos.

Esta pesquisa evidencia a complexidade das áreas inexploradas da Terra e demonstra que estudar a vida em ambientes variados envolve várias disciplinas científicas. Ao focar nos sistemas de fontes hidrotermais oceânicas, os cientistas podem aprender como a vida se adapta e como diferentes ecossistemas obtêm sua energia, o que pode nos ajudar a compreender a vida na Terra e em outros planetas.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1016/j.epsl.2024.119166

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Elmar Albers, Alexander Diehl, Jessica N. Fitzsimmons, Laramie T. Jensen, Frieder Klein, Jill M. McDermott, Autun Purser, Jeffrey S. Seewald, Maren Walter, Gunter Wegener, Wolfgang Bach, Antje Boetius, Christopher R. German. Ultramafic-influenced submarine venting on basaltic seafloor at the Polaris site, 87°N, Gakkel Ridge. Earth and Planetary Science Letters, 2025; 651: 119166 DOI: 10.1016/j.epsl.2024.119166
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