Fatores sociais e ambientais influenciam o envelhecimento cerebral, revela estudo da University of Surrey

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Por Bia Chacu
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Cérebros com engrenagens em meio a diversos cenários e à natureza

São PauloUm estudo da Universidade de Surrey, publicado na Nature Medicine, revela como fatores sociais e ambientais influenciam a velocidade de envelhecimento do cérebro. Usando técnicas avançadas de deep learning para analisar redes cerebrais e medir a idade do cérebro em diferentes populações, os pesquisadores examinaram dados de 5.306 pessoas em 15 países e identificaram diferenças significativas no envelhecimento cerebral relacionadas a diversos fatores externos.

Principais Conclusões do Estudo:

  • Países com maiores desigualdades socioeconômicas, níveis elevados de poluição e maior prevalência de doenças apresentaram idades cerebrais mais avançadas.
  • Pessoas com demência, especialmente a doença de Alzheimer, mostraram as maiores diferenças na idade cerebral.
  • Diferenças de sexo no envelhecimento cerebral foram observadas, com mulheres em países da América Latina e Caribe (ALC) apresentando maiores lacunas na idade cerebral.

Estudo Revela Impacto da Desigualdade Social no Envelhecimento Cerebral

A pesquisa revela que a desigualdade social e ambientes desfavoráveis influenciam o envelhecimento do cérebro. Fatores como baixa renda, acesso precário à saúde e falta de educação podem acelerar o declínio cognitivo. Por exemplo, a pior qualidade do ar e a maior poluição em áreas de baixa renda intensificam o envelhecimento cerebral, especialmente em grupos vulneráveis.

Essas informações auxiliam os formuladores de políticas a compreender questões cruciais. Reduzir desigualdades econômicas e melhorar o meio ambiente pode ajudar a retardar o envelhecimento cerebral. É fundamental criar políticas que diminuam a poluição e ofereçam melhor assistência médica, especialmente nas áreas mais carentes.

Essas descobertas podem ter um grande impacto na medicina. A medicina personalizada pode se beneficiar enormemente dessa pesquisa. Ao identificar pessoas com maior risco devido ao seu histórico e ambiente, os médicos podem criar tratamentos especiais para elas. A detecção precoce e a prevenção podem ajudar a retardar doenças neurodegenerativas.

Políticas de saúde pública devem se concentrar na influência das condições ambientais e sociais na saúde mental. É fundamental entender como esses fatores externos afetam nossos cérebros. Esse conhecimento permitirá a criação de planos eficazes que considerem tanto influências biológicas quanto sociais na saúde mental.

Estudar como o meio ambiente, a vida social e a biologia afetam o cérebro pode ajudar a combater doenças que causam declínio mental. Esse novo conhecimento aponta para uma maneira mais completa de encarar a saúde e as políticas, visando melhorar o envelhecimento das pessoas e reduzir problemas de memória e cognição em todo o mundo.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s41591-024-03209-x

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Sebastian Moguilner, Sandra Baez, Hernan Hernandez, Joaquín Migeot, Agustina Legaz, Raul Gonzalez-Gomez, Francesca R. Farina, Pavel Prado, Jhosmary Cuadros, Enzo Tagliazucchi, Florencia Altschuler, Marcelo Adrián Maito, María E. Godoy, Josephine Cruzat, Pedro A. Valdes-Sosa, Francisco Lopera, John Fredy Ochoa-Gómez, Alfredis Gonzalez Hernandez, Jasmin Bonilla-Santos, Rodrigo A. Gonzalez-Montealegre, Renato Anghinah, Luís E. d’Almeida Manfrinati, Sol Fittipaldi, Vicente Medel, Daniela Olivares, Görsev G. Yener, Javier Escudero, Claudio Babiloni, Robert Whelan, Bahar Güntekin, Harun Yırıkoğulları, Hernando Santamaria-Garcia, Alberto Fernández Lucas, David Huepe, Gaetano Di Caterina, Marcio Soto-Añari, Agustina Birba, Agustin Sainz-Ballesteros, Carlos Coronel-Oliveros, Amanuel Yigezu, Eduar Herrera, Daniel Abasolo, Kerry Kilborn, Nicolás Rubido, Ruaridh A. Clark, Ruben Herzog, Deniz Yerlikaya, Kun Hu, Mario A. Parra, Pablo Reyes, Adolfo M. García, Diana L. Matallana, José Alberto Avila-Funes, Andrea Slachevsky, María I. Behrens, Nilton Custodio, Juan F. Cardona, Pablo Barttfeld, Ignacio L. Brusco, Martín A. Bruno, Ana L. Sosa Ortiz, Stefanie D. Pina-Escudero, Leonel T. Takada, Elisa Resende, Katherine L. Possin, Maira Okada de Oliveira, Alejandro Lopez-Valdes, Brain Lawlor, Ian H. Robertson, Kenneth S. Kosik, Claudia Duran-Aniotz, Victor Valcour, Jennifer S. Yokoyama, Bruce Miller, Agustin Ibanez. Brain clocks capture diversity and disparities in aging and dementia across geographically diverse populations. Nature Medicine, 2024; DOI: 10.1038/s41591-024-03209-x
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