Bolsonaro é acusado de lavar diamantes sauditas e vender relógios

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Por Chi Silva
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Diamantes sobre um fundo das bandeiras do Brasil e da Arábia Saudita.

São PauloO ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, foi acusado de lavagem de dinheiro. As acusações estão relacionadas a diamantes não declarados e outros itens de luxo provenientes da Arábia Saudita. Bolsonaro ainda não comentou sobre essas novas acusações, mas ele e seus advogados sempre afirmaram que ele não cometeu nenhuma irregularidade.

As acusações incluem:

  • Tentativa de contrabandear joias de diamante no valor de $3 milhões.
  • Venda de dois relógios de luxo recebidos como presente da Arábia Saudita.
  • Recebimento de dinheiro com a venda desses relógios.

Polícia diz que Bolsonaro arrecadou quase US$ 70.000 com a venda de relógios Rolex e Patek Philippe. Os itens foram presentes da Arábia Saudita em 2019. A legislação brasileira exige a declaração de bens acima de US$ 1.000 ao retornar do exterior. Se o valor ultrapassar US$ 1.000, deve-se pagar um imposto de 50%.

As joias não seriam tributadas se fossem um presente ao Brasil, mas Bolsonaro não poderia ficar com elas. Elas deveriam fazer parte do acervo presidencial. Uma investigação revelou que Mauro Cid, ex-assistente de Bolsonaro, vendeu os relógios em uma loja nos Estados Unidos em junho de 2022. Cid confessou isso depois de fechar um acordo de delação premiada.

Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente e atual senador, criticou nas redes sociais as acusações contra seu pai, chamando-as de ataque injusto. Além disso, a polícia indiciou outras 10 pessoas, entre elas Mauro Cid e os advogados Frederick Wassef e Fábio Wajngarten.

Wassef afirmou que reclamou sobre informações sendo repassadas à imprensa e que ele apenas defendeu Bolsonaro. Wajngarten disse que não tem relação com a investigação, mas acredita que a polícia queira puni-lo por ele sempre apoiar Bolsonaro.

Bolsonaro continua a ter forte apoio dos seus seguidores. Em fevereiro, cerca de 185 mil pessoas se reuniram em São Paulo para protestar contra o que consideram um tratamento injusto. Críticos, especialmente do partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ficaram satisfeitos com o avanço da investigação e exigiram a prisão de Bolsonaro.

Bolsonaro iniciou sua carreira política apoiando a ditadura militar no Brasil. Trabalhou como deputado por quase 30 anos antes de se candidatar à presidência em 2018. Seu mandato foi marcado por políticas divisivas e declarações controversas. Ele perdeu a reeleição por uma margem estreita, no resultado mais acirrado desde que o Brasil voltou a ser uma democracia em 1985.

Carlos Melo, professor de ciência política, acredita que o Supremo Tribunal Federal do Brasil agirá com cautela. Acusar um ex-presidente ainda popular como Bolsonaro pode irritar seus apoiadores. Com as eleições municipais deste ano, é um momento delicado para tomar ações legais contra Bolsonaro.

No ano passado, o principal tribunal eleitoral do Brasil decidiu que Bolsonaro abusou de seus poderes presidenciais durante sua campanha de reeleição em 2022. Com isso, ele foi proibido de concorrer a eleições até 2030. O caso girou em torno de uma reunião em que Bolsonaro afirmou que o sistema de votação eletrônica do país era falho e utilizou recursos governamentais para sustentar suas alegações.

Bolsonaro enfrenta investigações por várias razões, incluindo seu papel em incitar um protesto em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023, que tinha como objetivo destituir seu sucessor do cargo. As novas acusações somam-se aos problemas legais contínuos, demonstrando que o número de processos contra ele está aumentando.

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