Conflito pelo controle dos bancos agrava crise econômica no Iêmen

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Por Alex Morales
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Prédios desabados com placas bancárias quebradas e mercados vazios

São PauloO Iêmen está em guerra civil desde 2015. Os rebeldes Houthi controlam o norte e o centro do país. O governo apoiado pela Arábia Saudita administra o sul. O Conselho de Transição do Sul, apoiado pelos Emirados Árabes Unidos, também controla algumas áreas no sul e leste.

O conflito pelo controle dos bancos no Iêmen está agravando a situação. Ambas as partes estão tomando medidas contra os bancos uma da outra, dificultando o comércio e o envio de dinheiro. Isso está colocando a economia do Iêmen em maior risco.

Aqui está um resumo dos pontos principais:

  • Os rebeldes Houthi controlam o norte e o centro
  • O governo apoiado pela Arábia Saudita controla o sul
  • O Conselho de Transição do Sul controla partes do sul e leste
  • Ações bancárias recentes afetam o comércio e as remessas
  • A economia do Iêmen está em uma situação ainda mais crítica

Edem Wosornu, das Nações Unidas, afirmou que a situação aumentará a pobreza. A falta de alimentos e a desnutrição podem se agravar. Mais pessoas precisarão de assistência humanitária. A economia pode colapsar ainda mais se os bancos dos Houthis forem isolados globalmente.

Em 2016, o governo transferiu o banco central para Aden e começou a utilizar novas cédulas. Os Houthis, por sua vez, não aceitaram essas novas cédulas nas áreas sob seu controle. Em vez disso, eles estabeleceram seu próprio banco central em Sanaa.

Em março, o banco central dos Houthis lançou novas moedas de 100 riais. A comunidade internacional e o governo do Iêmen criticaram essa medida, acreditando que era uma tentativa de criar um sistema financeiro separado. As taxas de câmbio são diferentes em Sanaa e Aden — 530 riais por dólar em Sanaa e 1.800 riais por dólar em Aden.

O banco central em Aden deu um prazo de 60 dias para que os bancos se mudassem para Aden e parassem de seguir as políticas Houthi, alertando sobre possíveis penalidades. De acordo com o especialista econômico Mustafa Nasr, nenhum banco cumpriu o prazo. Ou os bancos precisavam de mais tempo ou temiam represálias dos Houthis.

Após o prazo final, o banco central em Aden suspendeu todas as transações com seis bancos em Sanaa. Agora, as casas de câmbio e bancos no sul não conseguem operar com esses bancos. Em resposta, o banco central Houthi interrompeu as operações com 13 bancos em Aden. Pessoas nas áreas controladas pelos Houthi agora não podem depositar ou sacar dinheiro desses bancos.

Ambos os lados estão ficando sem dinheiro. O governo Houthi não possui moeda estrangeira, e suas novas moedas não são aceitas fora de seu território. Em janeiro, os Estados Unidos classificaram os Houthis como um grupo terrorista global devido a seus ataques a navios. Os Houthis afirmaram que esses ataques foram uma resposta à guerra entre Israel e Hamas.

Youssef Saeed, professor de economia, mencionou que a decisão dos EUA pode preocupar bancos globais, levando-os a evitar transações financeiras com bancos controlados pelos houthis. Isso tornaria os problemas financeiros do Iêmen ainda mais difíceis de administrar.

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