EUA enviam ajuda militar ao Egito apesar de violações de direitos

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Por Alex Morales
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Ajuda militar dos EUA ofusca preocupações com direitos humanos no Egito.

São PauloOs Estados Unidos vão enviar toda a sua ajuda militar ao Egito, apesar das preocupações sobre as violações dos direitos humanos pelo presidente Abdel Fattah el-Sissi. Essa decisão enfatiza a importância do Egito na mediação do conflito em Gaza, apesar dos graves problemas de direitos humanos no país.

O Departamento de Estado dos EUA e diversas organizações de direitos humanos têm frequentemente relatado sobre vários abusos, como:

  • Assassinatos arbitrários
  • Tortura
  • Detenções injustas
  • Repressão da sociedade civil
  • Negação da liberdade de imprensa e expressão

Nos últimos anos, os EUA retiveram parte da ajuda ao Egito, especificamente $85 milhões no ano passado e $130 milhões em 2022, devido a violações dos direitos humanos. Apesar disso, a situação dos direitos humanos no Egito não melhorou significativamente. Segundo a Human Rights Watch, embora alguns detidos tenham sido libertados, muitos outros foram presos. Como resultado, milhares de jornalistas, ativistas e outras vozes dissidentes continuam encarcerados.

Senadores democratas Chris Coons de Delaware e Chris Murphy de Connecticut criticaram a decisão deste ano de conceder todo o auxílio militar ao Egito. Eles argumentam que, embora o Egito tenha libertado alguns prisioneiros políticos, também intensificou suas ações repressivas, tornando essas mudanças insignificantes. Murphy, que preside o subcomitê de Relações Exteriores do Senado para assuntos do Oriente Médio, afirma que os EUA conseguiram manter laços estratégicos com o Egito no passado, mesmo retendo ajuda devido a questões de direitos humanos. Ele questiona por que essa política mudou agora, visto que o Egito ainda demonstra comportamento autocrático.

O Departamento de Estado dos EUA destacou que o Egito recentemente fez alguns esforços, como a libertação de mais de 950 prisioneiros políticos desde setembro de 2023 e a proposta de mudanças nos procedimentos de detenção preventiva. No entanto, esses esforços são considerados insuficientes diante dos abusos contínuos. O presidente El-Sissi negou a existência de prisioneiros políticos no Egito, afirmando que as ações rigorosas do governo são necessárias para combater o terrorismo.

Os EUA buscam equilibrar a promoção dos direitos humanos com a manutenção de alianças importantes em áreas instáveis. O Egito desempenha um papel fundamental em Gaza, o que complica esse equilíbrio. Surgem dúvidas sobre a eficácia e a ética das políticas americanas em relação a nações com históricos negativos de direitos humanos. Enviar ajuda militar completa ao Egito, apesar de suas questões de direitos humanos, revela que os EUA valorizam mais a estabilidade geopolítica do que as preocupações éticas.

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