Líder sindical libertada promete manter greve contra maior cassino do Camboja

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Por João Silva
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Placas de protesto do lado de fora do cassino NagaWorld no Camboja.

São PauloChhim Sithar, uma reconhecida líder sindical no Camboja, foi libertada da prisão e promete continuar a longa greve contra o NagaWorld, o maior cassino do país. Determinada a lutar pelos direitos dos trabalhadores demitidos, Sithar destaca os desafios enfrentados pelos movimentos trabalhistas no Camboja, onde as autoridades frequentemente se opõem de forma veemente às atividades sindicais.

O Ministério do Trabalho e Formação Profissional informou que mais de 200 ex-funcionários aceitaram a indenização conforme as leis trabalhistas em dezembro de 2022 e deixaram suas reivindicações. Mesmo com esses acordos, muitos trabalhadores continuam protestando. A organização de direitos humanos do Camboja, LICADHO, destacou as dificuldades contínuas enfrentadas pelos grevistas.

  • Assédio sexual
  • Agressões físicas
  • Perseguição judicial

NagaWorld é propriedade de uma empresa administrada pela família do falecido bilionário malaio Chen Lip Keong e obteve sua licença de cassino em 1994. Os protestos dos trabalhadores do NagaWorld em Phnom Penh atraíram muita atenção por acontecerem na capital e frequentemente resultarem em ações violentas da polícia. Esses protestos são muito diferentes das atividades sindicais anteriores, que geralmente ocorriam em fábricas em áreas remotas ou zonas industriais de outras províncias.

Sithar demonstrou liderar com maestria em tempos difíceis e conquistou reconhecimento internacional. No ano passado, o Departamento de Estado dos EUA a escolheu como uma das dez vencedoras do prestigioso Prêmio Defensor dos Direitos Humanos. O ex-embaixador dos EUA no Camboja, W. Patrick Murphy, elogiou-a como uma líder sindical corajosa que defende calmamente os direitos dos trabalhadores cambojanos.

O governo cambojano foi acusado de usar o sistema judicial para silenciar a oposição. Quando o Primeiro-Ministro Hun Manet sucedeu seu pai, Hun Sen, no ano passado, havia certa esperança de reforma política. No entanto, mudanças significativas ainda não ocorreram. Os esforços contínuos de Sithar e dos trabalhadores da NagaWorld mostram as dificuldades persistentes enfrentadas pelos movimentos trabalhistas em um ambiente político tradicionalmente contrário à dissidência.

A greve da NagaWorld é um grande teste para a visão do novo governo sobre os direitos dos trabalhadores e seu compromisso com mudanças. A determinação inabalável dos trabalhadores e seu líder representa a luta mais ampla por justiça no Camboja. Alguns trabalhadores estão satisfeitos com indenizações financeiras, mas a demanda por mudanças profundas continua, mostrando a persistente mobilização do movimento pelos direitos trabalhistas no país.

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