Conflito Ucrânia-Rússia testa laços da coalizão governamental sul-africana
São PauloConflito entre Rússia e Ucrânia provoca discordâncias no governo de coalizão da África do Sul
O conflito entre Rússia e Ucrânia está gerando desentendimentos no governo de coalizão da África do Sul. Recentemente, o apoio do presidente Cyril Ramaphosa à Rússia surpreendeu alguns, especialmente a Aliança Democrática (DA), um parceiro importante na coalizão. Essa discordância se soma a problemas já existentes dentro do governo, que foi formado após o ANC não conseguir a maioria nas recentes eleições.
Aliança Turbulenta: Divergências Internas Desafiam Governo de Coalizão
O ANC, que outrora foi o principal partido político, uniu-se ao DA e a outros partidos menores para criar um governo de coalizão. Esta aliança inclui partidos com diferentes opiniões sobre política externa, gerando discordâncias públicas. A Aliança Democrática é contra a Rússia no conflito da Ucrânia, enquanto o ANC mantém uma postura neutra e não alinhada. Essas diferenças têm dificultado a apresentação de uma posição unificada do governo em questões internacionais.
Pontos principais de discórdia incluem:
- A declaração de Ramaphosa referindo-se à Rússia como um “aliado e amigo valioso,” rechaçada pelo partido DA.
- O apoio do DA à Ucrânia, em contraste com a posição oficialmente não-alinhada da África do Sul.
- Os laços históricos do ANC com a Federação Russa.
A relação de longa data entre o ANC e a Rússia teve início durante a luta contra o apartheid, com o apoio significativo da União Soviética. Essa ligação do passado influencia os laços diplomáticos atuais, especialmente no contexto do BRICS, grupo que inclui Rússia e África do Sul.
Fatores econômicos também são relevantes. A África do Sul mantém intenso comércio com os países do BRICS, como a Rússia, e depende deles para investimentos. Se essas relações forem interrompidas, a economia sul-africana pode ser prejudicada. Isso torna difícil para o governo romper laços ou adotar uma posição firme contra a Rússia.
Além das questões de política externa, as divergências na política interna também geram conflitos. Recentemente, a oposição do DA a um projeto de lei educacional evidenciou diferenças ideológicas mais profundas que transcendem assuntos internacionais. Esses desentendimentos apontam para tensões que tornam a governança mais difícil.
A estabilidade de longo prazo da coalizão está incerta. Diferenças em áreas chave, como a política externa, podem se tornar um problema maior se não forem resolvidas. Os membros da coalizão talvez precisem encontrar um terreno comum para continuarem colaborando. Caso contrário, essas divergências podem enfraquecer a capacidade de governar bem e criar desafios para manter a união no futuro.
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