Grãos de asteroide revelam segredos magnéticos da formação do Sistema Solar exterior

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Bia Chacu
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Visualização do asteroide Ryugu com campo magnético fraco.

São PauloGrãos minúsculos do asteroide Ryugu estão ajudando cientistas a compreender as forças magnéticas que influenciaram a formação do sistema solar externo há bilhões de anos. Essa informação é resultado da análise de partículas coletadas pela missão Hayabusa2 do Japão, que retornou à Terra em 2020. Pesquisas realizadas por cientistas do MIT e de outras instituições revelam que essas partículas oferecem insights valiosos sobre as condições magnéticas além de 7 unidades astronômicas (UA) do sol. Esta descoberta abre novas perspectivas sobre como planetas como Júpiter e Netuno podem ter se formado.

Esses estudos revelaram os seguintes resultados significativos:

Campo magnético fraco pode ter influenciado a formação planetária

Um campo magnético fraco, possivelmente inferior a 15 microteslas, pode ter existido no sistema solar externo. Esse campo, ainda que fraco, poderia ter sido suficiente para atrair gás e poeira, contribuindo na formação de asteroides e, possivelmente, de planetas gigantes. Essas descobertas desafiam a crença de que os campos magnéticos apenas influenciaram significativamente o sistema solar interno.

Descobertas indicam que mesmo campos magnéticos muito fracos, que antes não podiam ser detectados, podem ter tido um papel importante na formação inicial do sistema solar. Esses campos magnéticos possivelmente ajudaram a reunir materiais que eventualmente formaram os planetas exteriores. Anteriormente, não se sabia se essas forças poderiam afetar a parte externa do sistema solar, mas a pesquisa agora mostra que isso é provável.

Descoberta incita questionamentos sobre campos magnéticos no sistema solar

Esta descoberta levanta novas questões sobre como os campos magnéticos funcionam em diferentes regiões do nosso sistema solar. Se campos magnéticos fracos influenciam áreas distantes do sol, eles podem ter desempenhado um papel crucial na formação das partes mais afastadas do sistema solar. Isso sugere que outras partes da nossa galáxia podem se formar de maneira semelhante, caso campos magnéticos fracos sejam comuns em todos os lugares.

As descobertas levantam questões sobre se sistemas solares ao redor de outras estrelas são influenciados por forças magnéticas fracas. A missão OSIRIS-REx da NASA em breve analisará amostras do asteroide Bennu, o que poderá fornecer mais informações. Os dados iniciais de Ryugu nos deram algumas pistas, e Bennu pode confirmar esses resultados, ajudando-nos a entender melhor como sistemas complexos como o nosso se formam.

Este estudo representa um avanço crucial para compreender o desenvolvimento do nosso sistema solar e pode transformar a maneira como os cientistas enxergam a formação dos planetas no universo.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1029/2024AV001396

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Elias N. Mansbach, Benjamin P. Weiss, Eduardo A. Lima, Michael Sowell, Joseph L. Kirschvink, Roger R. Fu, Saverio Cambioni, Xue‐Ning Bai, Jodie B. Ream, Chisato Anai, Atsuko Kobayashi, Hironori Hidaka. Evidence for Magnetically‐Driven Accretion in the Distal Solar System. AGU Advances, 2024; 5 (6) DOI: 10.1029/2024AV001396
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