Implantes personalizados e bandagens cardíacas: nova impressão 3D revoluciona a medicina

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Por Ana Silva
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Coração e implantes impressos em 3D na mesa de exibição.

São PauloCientistas desenvolveram um novo método de impressão 3D que pode revolucionar a forma como tratamos e substituímos partes do corpo humano. Liderada por equipes da CU Boulder e da Universidade da Pensilvânia, essa técnica permite criar materiais que são fortes, flexíveis e podem ser moldados para atender às necessidades específicas dos pacientes. Esse avanço pode facilitar a produção de implantes personalizados e bandagens internas, entre outras aplicações médicas.

Uma equipe de pesquisa desenvolveu um novo método de impressão 3D chamado CLEAR, sigla para Cura Contínua após Exposição à Luz Auxiliada por Iniciação Redox. Esta técnica resolve os problemas dos métodos antigos como o Processamento Digital de Luz (DLP), que frequentemente produzem materiais que quebram facilmente ou são muito rígidos. Inspirado no comportamento dos vermes, o método CLEAR conecta longas cadeias de moléculas para criar materiais que são tanto fortes quanto flexíveis.

Principais Características do Método CLEAR:

  • Cria materiais que são ao mesmo tempo fortes e flexíveis
  • Permite moldagem personalizada para se ajustar a defeitos individuais
  • Adere bem a tecidos úmidos
  • Amigável ao meio ambiente devido à menor necessidade de energia

Hidrogéis são frequentemente usados para criar tecidos artificiais e implantes, mas os hidrogéis tradicionais impressos em 3D costumam se romper sob pressão. O método CLEAR aprimora os hidrogéis, tornando-os mais fortes e flexíveis através de um processo que introduz "emaranhados" moleculares.

Esse novo avanço traz impactos significativos na área médica. Por exemplo, pode ser utilizado para criar adesivos que fixam no coração mesmo durante seu movimento constante. Materiais semelhantes poderiam ajudar a criar remendos para as articulações, fechar feridas sem o uso de agulhas e administrar medicamentos diretamente aos órgãos. Essas aplicações melhorariam consideravelmente a forma como lidamos com a reparação de tecidos e implantes médicos.

Este método pode impactar outras áreas, como pesquisa e fabricação. Ele economiza energia ao eliminar etapas adicionais para endurecer peças impressas, tornando a impressão 3D mais ecológica. Pesquisadores e indústrias podem adotar essa técnica simples para produzir materiais mais robustos.

Este novo método de impressão 3D é um grande avanço na engenharia biomédica. Ele permite a criação de materiais fortes e flexíveis projetados para usos médicos específicos, o que poderá melhorar o cuidado aos pacientes e os resultados dos tratamentos.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1126/science.adn6925

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Abhishek P. Dhand, Matthew D. Davidson, Hannah M. Zlotnick, Thomas J. Kolibaba, Jason P. Killgore, Jason A. Burdick. Additive manufacturing of highly entangled polymer networks. Science, 2024; 385 (6708): 566 DOI: 10.1126/science.adn6925
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