Meditação revela vias distintas de processamento da dor entre homens e mulheres, aponta estudo

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Chi Silva
- em
Representação abstrata de vias neurais com sinais de dor.

São PauloUm estudo da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia em San Diego identificou diferenças na percepção da dor entre homens e mulheres. A pesquisa explorou o uso da meditação como auxílio para dores crônicas na região lombar.

  • Homens tendem a utilizar opioides endógenos, os analgésicos naturais do corpo, para aliviar a dor.
  • Mulheres se apoiam em mecanismos não opioides para o alívio da dor.
  • O naloxone, um medicamento que bloqueia receptores opioides, prejudicou o alívio da dor através da meditação em homens, mas o aprimorou em mulheres.

Estas descobertas revelam pontos importantes para o manejo da dor. Os tratamentos atuais geralmente desconsideram as diferenças entre homens e mulheres, tornando-os menos eficazes. Em particular, os medicamentos à base de opioides podem não funcionar tão bem para as mulheres. Isso pode levar a necessidade de doses maiores para atingir o mesmo alívio, aumentando o risco de dependência.

Compreender como homens e mulheres lidam com a dor pode conduzir a tratamentos mais eficazes e personalizados. Para as mulheres, métodos não medicamentosos podem ser mais eficazes e seguros. Isso pode incluir atividades como meditação, fisioterapia ou outras práticas que não envolvem medicamentos. Por outro lado, os homens podem encontrar alívio com tratamentos que intensificam as capacidades naturais do corpo de combater a dor.

O estudo destaca como a meditação pode ser eficaz no manejo da dor. Homens e mulheres que participaram do programa de meditação sentiram menos dor. Aqueles com dor crônica sentiram ainda mais alívio. Isso sugere que a meditação pode ser uma opção melhor do que medicamentos opioides para algumas pessoas ao lidarem com a dor.

A pesquisa indica a necessidade de mudar o tratamento da dor por parte dos profissionais de saúde. Ao personalizar os tratamentos com base nas diferenças biológicas e de gênero, podemos tornar as terapias mais eficazes e reduzir o risco de dependência de analgésicos. Esse método promove a revisão das abordagens atuais de manejo da dor para atender melhor tanto homens quanto mulheres, resultando em desfechos mais saudáveis para os pacientes.

Prosseguir com pesquisas sobre tratamentos médicos que considerem as diferenças entre os sexos é essencial. À medida que ampliamos nosso conhecimento, o sistema de saúde pode tornar os tratamentos mais seguros e eficazes, promovendo uma assistência médica mais justa para todos.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1093/pnasnexus/pgae453

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Jon G Dean, Mikaila Reyes, Valeria Oliva, Lora Khatib, Gabriel Riegner, Nailea Gonzalez, Grace Posey, Jason Collier, Julia Birenbaum, Krishnan Chakravarthy, Rebecca E Wells, Burel Goodin, Roger Fillingim, Fadel Zeidan. Self-regulated analgesia in males but not females is mediated by endogenous opioids. PNAS Nexus, 2024; DOI: 10.1093/pnasnexus/pgae453
Ciência: Últimas notícias
Leia mais:

Compartilhar este artigo

Comentários (0)

Publicar um comentário