Desafios socioeconômicos elevam mortalidade por doenças cardíacas

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Por Ana Silva
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Horizonte da cidade com nuvens em forma de coração e sinais de dólar.

São PauloPessoas com menor renda frequentemente adotam estilos de vida que podem prejudicar sua saúde, especialmente em relação a doenças cardíacas. Um estudo recente revelou que quatro hábitos prejudiciais principais estão ligados a um aumento nas mortes por doenças cardíacas entre pessoas de baixa renda. Esses hábitos são:

  • Tabagismo
  • Consumo de álcool
  • Inatividade física
  • Índice de Massa Corporal elevado (IMC)

O estudo revela que pessoas com menor nível de educação apresentam um risco mais elevado de morrer por doença arterial coronariana (DAC), principalmente devido às suas escolhas de estilo de vida. A pesquisa indica que essas escolhas explicam 74% das diferenças nas taxas de mortalidade entre homens e 61% entre mulheres de variados contextos sociais e econômicos.

Hábitos difíceis de mudar, como fumar e beber, são comuns entre pessoas de baixa renda. Elas enfrentam estresse contínuo devido a problemas financeiros, acesso limitado a cuidados de saúde e poucas oportunidades para se exercitar. Esse estresse as leva a fumar e beber como forma de lidar com as dificuldades. Além disso, elas encontram dificuldade em acessar alimentos saudáveis por conta de custo e localização, o que resulta em hábitos alimentares ruins e aumento de peso.

Estratégias de Saúde Pública e Intervenções

Os resultados destacam a necessidade crucial de programas específicos de saúde. Esses programas devem abordar as causas dos comportamentos, e não apenas os comportamentos em si. Por exemplo, tornar a alimentação saudável mais acessível e criar espaços para prática de exercícios pode ajudar a reduzir índices elevados de IMC e diminuir a inatividade física.

É fundamental adaptar as campanhas de saúde cardíaca para diferentes homens e mulheres. As mensagens devem destacar mudanças simples no estilo de vida e oferecer apoio e recursos para aqueles que enfrentam mais dificuldades, especialmente os que têm menos condições financeiras.

Precisamos urgentemente de políticas que facilitem para as pessoas parar de fumar e ofereçam suporte para quem enfrenta problemas com álcool. Programas eficazes devem considerar que o tabagismo e o consumo de álcool muitas vezes estão ligados a dificuldades financeiras. Oferecer aconselhamento pessoal ou programas comunitários pode aumentar a efetividade das iniciativas de saúde pública.

Para diminuir as mortes por doença arterial coronariana (DAC) em comunidades carentes, é essencial enfrentar os desafios econômicos e sociais que essas populações enfrentam. Ao melhorar o acesso a recursos fundamentais, podemos reduzir o número de óbitos por DAC e promover comunidades mais saudáveis.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1371/journal.pmed.1004455

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Yachen Zhu, Laura Llamosas-Falcón, William C. Kerr, Jürgen Rehm, Charlotte Probst. Behavioral risk factors and socioeconomic inequalities in ischemic heart disease mortality in the United States: A causal mediation analysis using record linkage data. PLOS Medicine, 2024; 21 (9): e1004455 DOI: 10.1371/journal.pmed.1004455
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