Cientistas descobrem ponto fraco em bactéria resistente a antibióticos

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Por Ana Silva
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Visão microscópica da estrutura de biofilme bacteriano desestruturado.

São PauloCientistas da Universidade do Sul da Dinamarca descobriram um ponto fraco na Pseudomonas aeruginosa, uma bactéria comum em hospitais e resistente a antibióticos. Essa descoberta pode abrir caminho para novas formas de tratar infecções difíceis de curar.

Pseudomonas aeruginosa é difícil de eliminar porque cria uma camada espessa que a protege dos antibióticos. Essa camada dificulta que os antibióticos tradicionais alcancem as bactérias. Clare Kirkpatrick e sua equipe descobriram uma forma de reduzir essa camada, o que pode aumentar a eficácia dos antibióticos.

Os pesquisadores descobriram três novos genes que, ao aumentarem a produção de suas proteínas, reduzem o biofilme em Pseudomonas aeruginosa. Esses genes estão presentes no genoma central desta bactéria, o que significa que se encontram em todas as suas cepas conhecidas. O aumento da atividade desses genes resultou em uma diminuição significativa do biofilme em cepas cultivadas em laboratório.

Principais Descobertas:

  • Três novos genes reduzem a formação de biofilme quando superexpressos.
  • Esses genes fazem parte do genoma central da bactéria, presente em todas as cepas conhecidas.
  • A redução do biofilme pode aumentar a eficácia dos antibióticos.

Pseudomonas aeruginosa pode rapidamente desenvolver resistência aos antibióticos, especialmente durante o tratamento, tornando as infecções mais difíceis de curar. Embora a composição genética principal da bactéria permaneça a mesma, diferentes cepas ainda podem sofrer mutações.

A equipe de pesquisa descobriu que um sistema que reduz biofilme pode ser ativado ao estressar a parede celular. Inicialmente, eles superexpressaram certos genes no laboratório para desencadear esse sistema. No entanto, estressar naturalmente a parede celular tem o mesmo efeito. O uso de medicamentos que visam a parede celular pode ajudar a diminuir a produção de biofilme, facilitando a penetração dos antibióticos atuais.

Tratamentos para infecções por Pseudomonas aeruginosa são escassos, pois muitos antibióticos não são eficazes contra ela. A descoberta desses genes pode mudar esse cenário. Se medicamentos conseguirem atacar o novo mecanismo, poderá surgir uma nova maneira de combater essa bactéria.

Kirkpatrick destacou a importância dessa descoberta. Ela acredita que usar esse sistema para reduzir biofilmes deve funcionar para todos os tipos de Pseudomonas aeruginosa. Isso pode levar a novos tratamentos.

A parede celular das bactérias é distinta da parede celular humana, tornando-a um excelente alvo para antibióticos. Atualmente, muitos antibióticos agem em processos presentes tanto em células bacterianas quanto humanas, o que pode originar efeitos colaterais. Ao focar em características exclusivas das bactérias, como sua parede celular, os antibióticos podem ser mais precisos.

A equipe de pesquisa divulgou seus resultados na revista Microbiology Spectrum. Os autores do estudo são Clare Kirkpatrick, Magnus Z. Østergaard, Flemming D. Nielsen e Mette H. Meinfeldt.

Essa descoberta pode abrir caminho para novos tratamentos de infecções resistentes. Cientistas precisam realizar mais pesquisas para desenvolver medicamentos que consigam reduzir as biopelículas. Se esses medicamentos forem eficazes, eles podem potencializar os antibióticos atuais e ajudar a combater bactérias resistentes.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1128/spectrum.03875-23

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Magnus Z. Østergaard, Flemming D. Nielsen, Mette H. Meinfeldt, Clare L. Kirkpatrick. The uncharacterized PA3040-3042 operon is part of the cell envelope stress response and a tobramycin resistance determinant in a clinical isolate of Pseudomonas aeruginosa. Microbiology Spectrum, 2024; DOI: 10.1128/spectrum.03875-23
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