Ciência e maionese: equipe de Lehigh revoluciona a fusão nuclear com ingrediente inesperado

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Chi Silva
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Pote de maionese ao lado do reator de fusão nuclear.

São PauloCientistas da Universidade Lehigh têm feito avanços surpreendentes na resolução de problemas de fusão nuclear utilizando maionese. Sob a liderança do Professor Arindam Banerjee, a equipe está estudando a resistência de cápsulas de fusão para a fusão por confinamento inercial. Usando a maionese Hellmann's, eles buscam compreender e controlar as perturbações que afetam a formação do plasma.

A Fusão Nuclear: Potencial Revolução Energética

A fusão nuclear é o processo que alimenta o sol. Se conseguirmos aplicá-lo na Terra, pode revolucionar a produção de energia, oferecendo uma fonte quase infinita de poder sem emissões prejudiciais. No entanto, recriar as condições solares em nosso planeta é extremamente desafiador. Na fusão por confinamento inercial, cápsulas com isótopos de hidrogênio são rapidamente comprimidas e aquecidas para alcançar as condições necessárias para a fusão. Contudo, esse processo frequentemente enfrenta um problema conhecido como instabilidade de Rayleigh-Taylor, que é um grande obstáculo para obter uma produção de energia estável.

Pesquisadores escolheram a maionese porque ela simula os materiais das cápsulas de fusão, sem a necessidade de altas temperaturas e pressões. Analisar sua reação ao estresse fornece informações valiosas.

  • Comporta-se como um sólido inicialmente
  • Deforma-se sob estresse, mas retorna à forma original quando o estresse cessa
  • Passa por uma fase elástica seguida de uma fase plástica estável
  • Flui ao ultrapassar um limite, semelhante à instabilidade de plasma

A equipe de Banerjee desenvolveu uma roda rotativa especial para estudar como o plasma se torna instável. Eles descobriram que a maionese muda de maneiras distintas, semelhantes aos materiais na fusão por confinamento inercial. Compreender essas mudanças pode ajudar a controlar instabilidades.

Essa pesquisa traz consequências significativas. Pode auxiliar no design de futuras cápsulas de fusão que evitem ou retardem problemas. Os dados da equipe mostraram como fatores como propriedades dos materiais e taxas de aceleração afetam quando acontece a instabilidade. Eles conseguiram prever condições onde a recuperação elástica poderia parar a instabilidade completamente.

A equipe recentemente divulgou um artigo com as primeiras medições de recuperação para a instabilidade de Rayleigh-Taylor na literatura científica. Esta é uma conquista significativa. No entanto, ainda existem incertezas sobre a aplicação desses dados nas condições reais dos reatores de fusão, que operam sob temperaturas e pressões muito mais altas.

Os pesquisadores estão utilizando dados independentes de unidades específicas para que seus resultados possam ser aplicados em diversas situações de plasma de alta temperatura e alta pressão. Essa abordagem pode tornar a fusão por confinamento inercial mais confiável e, possivelmente, alcançável. Banerjee e sua equipe estão colaborando com cientistas de todo o mundo para transformar a energia de fusão em uma fonte de energia prática.

Esta pesquisa se destaca pelo método inovador. Usar maionese para resolver problemas científicos complexos é ao mesmo tempo engenhoso e prático. Demonstra que ferramentas simples podem levar a descobertas significativas. Os resultados da equipe podem contribuir para o desenvolvimento de energia de fusão estável e acessível no futuro.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1103/PhysRevE.109.055103

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Aren Boyaci, Arindam Banerjee. Transition to plastic regime for Rayleigh-Taylor instability in soft solids. Physical Review E, 2024; 109 (5) DOI: 10.1103/PhysRevE.109.055103
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