Pacto Rússia-Coreia do Norte pode diminuir influência da China
São PauloA resposta da China ao recente acordo entre Rússia e Coreia do Norte tem sido muito fraca. Victor Cha, especialista do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, acredita que isso demonstra que Pequim não sabe o que fazer. Segundo ele, todas as opções disponíveis são ruins. A China pode estar indecisa devido a opiniões divergentes ou por não saber como interpretar a situação.
Algumas pessoas em Pequim podem ver a aliança entre Rússia e Coreia do Norte como uma forma de se opor ao poder dos Estados Unidos. No entanto, a China também tem suas preocupações sobre essa parceria. Aqui estão os principais problemas:
- A China quer manter sua influência sobre a Coreia do Norte e evitar que a Rússia a diminua.
- A China prefere não ter uma potência nuclear ainda mais instável em sua proximidade.
- A China deseja que o conflito na Europa não se estenda à Ásia.
A China não está discutindo esses assuntos abertamente. Victor Cha afirma que a China não quer que Kim Jong Un se aproxime de Vladimir Putin. Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, não comentou sobre o novo acordo. Ele afirmou que o relacionamento entre a Rússia e a Coreia do Norte é uma questão que deve ser resolvida por esses dois países.
John Kirby, o porta-voz de segurança da Casa Branca, afirmou que o acordo deve preocupar qualquer país que segue as regras do Conselho de Segurança da ONU. Ele também disse que isso deve preocupar aqueles que apoiam a Ucrânia. Além disso, Kirby acrescentou que a China também deveria estar preocupada.
Alexander Gabuev, do Centro Carnegie Rússia-Eurásia, afirmou que a China poderia se preocupar caso a Rússia apoie o programa de armas da Coreia do Norte. Ele acredita que a China tem influência tanto sobre a Rússia quanto sobre a Coreia do Norte e poderia tentar diminuir a cooperação entre os dois países.
O recente encontro entre Putin e Kim é um novo acontecimento nas complexas relações do Leste Asiático. A China tornou-se uma potência importante na região. Os Estados Unidos estão preocupados que a China, a segunda maior economia do mundo, possa se aliar à Rússia, Coreia do Norte e Irã para desafiar a ordem global liderada pelos EUA. No entanto, Pequim nega essa intenção.
Sun Yun, do programa da China no Stimson Center, afirma que a China não deseja se aliar à Coreia do Norte e à Rússia. Ela explica que a China prefere manter suas opções abertas. Uma aliança desse tipo poderia gerar tensões semelhantes às da Guerra Fria, o que a China quer evitar. Estar alinhada com a Coreia do Norte e a Rússia poderia prejudicar os relacionamentos da China com Europa, Japão e Coreia do Sul.
Sun Yun acredita que o novo relacionamento entre a Coreia do Norte e a Rússia traz certa incerteza, mas não prejudica os interesses da China por enquanto. Danny Russel, um ex-diplomata dos EUA para a Ásia, acha que laços mais fortes entre Putin e Kim podem reduzir a influência da China. A principal preocupação de Russel é que o apoio da Rússia permite que a Coreia do Norte aja com mais independência, sem se preocupar com o que a China deseja.
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