Coquetel bacteriano combate infecções intestinais resistentes

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Por Alex Morales
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Vista microscópica de diversas bactérias combatendo bactérias nocivas.

São PauloCientistas da Universidade de Keio e do Instituto Broad descobriram um grupo de 18 cepas bacterianas capazes de tratar infecções intestinais resistentes a antibióticos. Essas infecções frequentemente afetam pessoas com doença inflamatória intestinal ou aquelas que tomam antibióticos por longos períodos. Geralmente, são causadas por bactérias Gram-negativas, como Enterobacteriaceae. O uso de transplantes fecais para tratar essas infecções às vezes apresenta resultados inconsistentes devido à variabilidade da mistura bacteriana. No entanto, este novo grupo de bactérias oferece uma opção de tratamento mais precisa.

Principais benefícios do coquetel bacteriano de 18 cepas incluem:

  • Supressão direcionada do crescimento de Enterobacteriaceae
  • Redução da inflamação intestinal através da competição por carboidratos
  • Mínima interferência nas outras bactérias benéficas do intestino
  • Possibilidade de menos efeitos colaterais em comparação com os antibióticos convencionais

Pesquisadores demonstraram que as cepas isoladas podem impedir bactérias nocivas, mantendo as interações benéficas no microbioma. O estudo revela que as 18 cepas competem com patógenos como E. coli e Klebsiella por nutrientes, particularmente gluconato. Essa competição é crucial, pois reduz o crescimento de bactérias prejudiciais ao privá-las dos recursos necessários para sobreviver e se multiplicar.

Mecanismos e Implicações Futuras

O estudo revela como a infecção por Klebsiella em camundongos altera a atividade dos genes relacionados à absorção de carboidratos. Os cientistas descobriram que genes ligados ao gluconato estavam menos ativos, indicando uma competição entre os micróbios intestinais. Esse achado é significativo, pois demonstra que comunidades bacterianas especialmente desenvolvidas podem modificar as condições do intestino para evitar que bactérias nocivas prosperem.

Um estudo investigou crianças com colite ulcerativa e descobriu níveis mais altos de gluconato, que estavam associados com um aumento de bactérias que consomem gluconato, chamadas Enterobacteriaceae. Isso reforça a ideia de que o controle de nutrientes pode influenciar a inflamação, sugerindo que tratamentos microbianos personalizados podem ser essenciais para melhorar a saúde intestinal.

A equipe de pesquisa pretende descobrir substâncias desconhecidas no intestino que impactam a saúde e a inflamação. Entender como essas substâncias funcionam pode ajudar no desenvolvimento de novos tratamentos para infecções intestinais crônicas. Este estudo representa um grande avanço em direção à medicina personalizada e pode resultar em futuras terapias que minimizem efeitos colaterais e gerenciem a resistência a antibióticos de forma eficaz.

Esse desenvolvimento tem impacto na saúde intestinal e pode influenciar o uso das comunidades microbianas em outros tratamentos. À medida que descobrimos mais sobre as interações e a produção de substâncias por diferentes cepas microbianas, cresce o potencial para terapias microbianas avançadas.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s41586-024-07960-6

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Munehiro Furuichi, Takaaki Kawaguchi, Marie-Madlen Pust, Keiko Yasuma-Mitobe, Damian R. Plichta, Naomi Hasegawa, Takashi Ohya, Shakti K. Bhattarai, Satoshi Sasajima, Yoshimasa Aoto, Timur Tuganbaev, Mizuki Yaginuma, Masahiro Ueda, Nobuyuki Okahashi, Kimiko Amafuji, Yuko Kiridoshi, Kayoko Sugita, Martin Stražar, Julian Avila-Pacheco, Kerry Pierce, Clary B. Clish, Ashwin N. Skelly, Masahira Hattori, Nobuhiro Nakamoto, Silvia Caballero, Jason M. Norman, Bernat Olle, Takeshi Tanoue, Wataru Suda, Makoto Arita, Vanni Bucci, Koji Atarashi, Ramnik J. Xavier, Kenya Honda. Commensal consortia decolonize Enterobacteriaceae via ecological control. Nature, 2024; DOI: 10.1038/s41586-024-07960-6
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