Nova pesquisa revela causas e tratamentos promissores para fibrose pulmonar pós-COVID-19

Tempo de leitura: 2 minutos
Por João Silva
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Vista microscópica do tecido pulmonar mostrando cicatrizes da COVID-19

São PauloPesquisadores da Universidade de Virginia e do Cedars-Sinai descobriram que medicamentos já existentes para artrite, como baricitinibe e anakinra, podem ajudar no tratamento dos problemas pulmonares crônicos causados pela COVID-19. Esses problemas pulmonares, conhecidos como fibrose pulmonar pós-infecção, atualmente não possuem tratamentos eficazes. Pessoas sofrendo de COVID longa têm buscado soluções, e essa pesquisa pode oferecer uma nova direção.

Médicos e cientistas examinaram pulmões humanos danificados e desenvolveram um novo modelo de laboratório para identificar processos imunológicos defeituosos que causam problemas pulmonares contínuos. Eles utilizaram tecnologias-chave como transcriptômica espacial e microscopia avançada.

Principais Descobertas:

  • Células imunológicas defeituosas prejudicam a recuperação pulmonar
  • Interações entre células T CD8+ e macrófagos causam inflamação pulmonar
  • Possíveis tratamentos com baricitinibe e anakinra

Células imunológicas, especialmente as células T CD8+, estavam interagindo mal com macrófagos, causando inflamação mesmo após o fim das infecções por COVID-19. Essa resposta imunológica inadequada impede que os pulmões se recuperem adequadamente. Pesquisadores identificaram moléculas responsáveis por esse problema, sugerindo novas opções de tratamento. Medicamentos já utilizados para artrite, como baricitinibe e anakinra, mostraram-se eficazes em interromper esse ciclo de inflamação e dano pulmonar. Esses remédios podem ser utilizados para tratar a fibrose pulmonar em sobreviventes da COVID-19.

A tecnologia por trás dessas descobertas é impressionante. A "espacial-ômica" permite mapear características moleculares e identificar suas localizações nas amostras. Integrar a transcriptômica espacial com a ciência de dados é crucial para entender os motivos moleculares por trás da COVID longa. Essa pesquisa também pode contribuir para aumentar nosso conhecimento sobre outras doenças que causam fibrose pulmonar, como a gripe.

A pesquisa demonstra a importância da colaboração entre diferentes áreas do conhecimento. Especialistas em imunologia, biologia computacional e medicina uniram forças nesse estudo, mostrando que integrar conhecimentos de diferentes campos pode ser extremamente eficaz. Destaca-se a necessidade de pesquisa básica, translacional e clínica para avançar na compreensão e no tratamento de problemas de longa duração causados por infecções virais.

A pesquisa publicada na revista Nature traz esperança para muitas pessoas que sofrem de COVID longa e outros problemas pós-infecção. O estudo pode levar a novos tratamentos para condições pulmonares persistentes causadas por COVID-19 e outros vírus. O apoio e o financiamento de organizações como os Institutos Nacionais de Saúde são essenciais, pois é necessário mais pesquisa para criar tratamentos eficazes.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s41586-024-07926-8

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Harish Narasimhan, In Su Cheon, Wei Qian, Sheng’en Shawn Hu, Tanyalak Parimon, Chaofan Li, Nick Goplen, Yue Wu, Xiaoqin Wei, Young Min Son, Elizabeth Fink, Gislane de Almeida Santos, Jinyi Tang, Changfu Yao, Lyndsey Muehling, Glenda Canderan, Alexandra Kadl, Abigail Cannon, Samuel Young, Riley Hannan, Grace Bingham, Mohammed Arish, Arka Sen Chaudhari, Jun sub Im, Cameron L. R. Mattingly, Patcharin Pramoonjago, Alberto Marchesvsky, Jeffrey Sturek, Jacob E. Kohlmeier, Yun Michael Shim, Judith Woodfolk, Chongzhi Zang, Peter Chen, Jie Sun. An aberrant immune–epithelial progenitor niche drives viral lung sequelae. Nature, 2024; DOI: 10.1038/s41586-024-07926-8
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