Novo estudo: diagnóstico do câncer pancreático inicial falha em 80% dos casos, diz pesquisa

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Por Bia Chacu
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Pâncreas ampliado com estatísticas de erro diagnóstico exibidas.

São PauloUm estudo recente da Cedars-Sinai Cancer, publicado no JAMA, revelou que a classificação do câncer de pâncreas em estágio inicial frequentemente apresenta imprecisões, com erros ocorrendo em até 80% dos casos. A pesquisa analisou mais de 48.000 pacientes do Banco Nacional de Dados de Câncer. Os resultados destacam uma necessidade urgente por melhores ferramentas de diagnóstico e métodos de estadiamento.

O pâncreas está localizado profundamente no abdômen, dificultando que as ferramentas de imagem atuais detectem tumores menores ou verifiquem se os linfonodos estão afetados. Isso muitas vezes resulta em um estadiamento incorreto do câncer.

Principais descobertas do estudo sobre o estadiamento do câncer:

  • Mais de 78% dos pacientes no estágio 1 e mais de 29% dos pacientes no estágio 2 foram reclassificados para estágios mais avançados após a cirurgia.
  • O erro de diagnóstico ocorre principalmente devido à incapacidade da imagem de detectar o comprometimento dos linfonodos.
  • O envolvimento dos linfonodos piora drasticamente o prognóstico e as taxas de sobrevivência dos pacientes.

Erros na estadiagem trazem graves consequências. A estadiagem correta é fundamental para selecionar os tratamentos adequados e definir quem pode participar de estudos de pesquisa. Se a estadiagem estiver incorreta, os pacientes podem receber tratamentos inadequados e não se qualificar para ensaios clínicos, atrasando o avanço de novos tratamentos especializados.

Existem problemas significativos na forma como diagnosticamos o câncer de pâncreas. Não se trata apenas de melhorar as tecnologias de imagem, mas também de mudar como avaliamos os pacientes desde o início. Atualmente, usamos ressonância magnética e ultrassom endoscópico para triagem. No entanto, esses métodos não são eficazes para detectar pequenos espalhamentos linfáticos, que são cruciais para uma estadiamento correto.

Novas ferramentas de diagnóstico molecular, como a Plataforma de Oncologia de Precisão Molecular Twin do Cedars-Sinai, oferecem soluções promissoras. Esses instrumentos podem identificar biomarcadores específicos do câncer de pâncreas, auxiliando na detecção precoce e na determinação mais precisa do estágio da doença. Ao combinar informações sobre biomarcadores com imagens tradicionais, é possível obter uma visão mais completa da enfermidade, resultando em planos de tratamento mais eficazes.

Este estudo destaca a necessidade urgente do sistema de saúde investir em pesquisas sobre tecnologias de detecção precoce e estadiamento preciso. Ao preencher essas lacunas, seria possível melhorar significativamente os resultados dos pacientes, tornando a condição mais manejável.

O estudo revela a necessidade de métodos mais avançados para diagnosticar e tratar o câncer de pâncreas. Ele destaca a importância da colaboração entre médicos, cientistas e especialistas em tecnologia para desenvolver e aplicar ferramentas melhores para a detecção e compreensão da doença. Essas melhorias visam aumentar as taxas de sobrevivência e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1001/jama.2024.16332

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Gerardo Perrotta, Ghada Mohamed, Brent K. Larson, Arsen Osipov, Cristina R. Ferrone, Simon K. Lo, Srinivas Gaddam. Accuracy of Clinical Staging in Early-Stage Pancreatic Ductal Adenocarcinoma. JAMA, 2024; DOI: 10.1001/jama.2024.16332
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