Embaixada da Síria fecha após extradição de oficiais para o Líbano
São PauloA embaixada da Síria no Líbano interrompeu seus serviços em um momento difícil, após o Líbano enviar ex-oficiais do exército sírio para o novo governo da Síria. Essa mudança indica que a região está buscando cooperação com a atual liderança síria, controlada pelo grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS). Países como a Líbia e o Bahrein também estão participando, enviando representantes, o que pode influenciar as relações e dinâmicas futuras da região.
A troca tem enfrentado dificuldades. Diversos fatores estão causando instabilidade na região.
Conflitos esporádicos acontecem entre as forças de segurança lideradas pelo HTS e grupos pró-Assad. Há tensões crescentes entre forças curdas e grupos armados apoiados pela Turquia, enquanto a crescente influência turca nos assuntos sírios preocupa as comunidades curdas.
Ahmad al-Sharaa, conhecido como Abu Mohammed al-Golani, é o líder do HTS. Ele tenta demonstrar que a situação está sob controle e acalmar temores de vingança contra ex-apoiadores de Assad ou a imposição de leis islâmicas severas. Apesar disso, a segurança na Síria ainda é frágil. O HTS realiza operações e monta postos de controle, especialmente em regiões com grande presença de alauítas. Essas ações indicam desconfiança e o desejo de controlar qualquer oposição.
Turquia tem aumentado sua presença na Síria, elevando a tensão com grupos curdos, como as Forças Democráticas Sírias (SDF). A Turquia considera a SDF ligada ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), o que gera conflitos no nordeste da Síria. Os Estados Unidos, um aliado significativo da SDF, estão enfrentando dificuldades para equilibrar suas relações devido às ações assertivas da Turquia.
As conversas de Antony Blinken com o Ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, destacam os esforços diplomáticos para lidar com essas questões. Os EUA precisam equilibrar o apoio aos aliados curdos com a manutenção de boas relações com a Turquia. Isso influencia a estabilidade da Síria e os interesses estratégicos dos EUA, Turquia e Rússia.
Governos regionais estão rapidamente prestando apoio ao HTS, mas a situação continua imprevisível. A administração do HTS está concentrada na segurança interna e em possíveis mudanças nas alianças regionais, o que pode tanto fortalecer sua posição quanto resultar em mais conflitos com lealistas de Assad e países como a Turquia. A suspensão dos serviços da embaixada síria no Líbano pode ser apenas temporária, mas reflete as tensões e lutas de poder que moldam o árduo caminho da Síria sob nova liderança.
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