Novo estudo: avanços em tecnologia de pílula de amostragem do microbioma ingerível

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Por Ana Silva
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Pílula ingerível com ícones do microbioma do trato digestivo

São PauloA Escola de Engenharia da Universidade Tufts fez avanços significativos. Uma equipe desenvolveu um pequeno dispositivo que pode ser ingerido. Este aparelho percorre o sistema digestivo e coleta amostras de microorganismos.

O dispositivo pode ajudar a entender como as bactérias no corpo influenciam a saúde. Ele também pode ser utilizado para diagnosticar doenças. Além disso, pode alterar as bactérias presentes no organismo ou administrar medicamentos para tratar essas doenças.

O dispositivo foi testado com sucesso no laboratório, e os resultados foram publicados na revista Device. Com isso, os ensaios clínicos em humanos poderão começar em breve.

A pílula possui diversas características importantes:

  • Tamanho pequeno, aproximadamente o de uma pílula de vitamina
  • Exterior elástico macio produzido por impressão 3D
  • Entradas laterais que se abrem em resposta à mudança de acidez
  • Microválvulas elásticas com esferas de poliacrilato incháveis

A pílula possui um revestimento macio e flexível, facilitando a ingestão em comparação com as versões antigas de cápsulas duras. Ao chegar ao intestino delgado, surgem aberturas na lateral devido à mudança de acidez. Essas aberturas se fecham com válvulas elásticas e esferas de poliacrilato após coletarem o conteúdo intestinal.

Esta tecnologia foi desenvolvida no Laboratório de Nanotecnologia da Universidade de Tufts, sob a liderança do Professor Sameer Sonkusale. O pesquisador pós-doutorado Ruben Del-Rio-Ruiz é o autor principal do estudo pré-clínico. Outro grupo de pesquisadores, liderado pelo Professor Giovanni Widmer da Escola de Medicina Veterinária de Cummings em Tufts, realizou testes em animais. A doutoranda Debora Silva ajudou a analisar as amostras coletadas pela pílula.

A nova versão trouxe muitas melhorias. A camada externa macia facilita a deglutição. Agora, a pílula oferece um melhor controle sobre a amostragem do microbioma no intestino delgado, diferentemente dos métodos atuais que geralmente utilizam amostras fecais.

Esse avanço é fundamental porque nos permite compreender o papel de muitas espécies microbianas no intestino como um todo. Esses microrganismos têm um impacto significativo na nossa saúde.

A pesquisa pode ser usada de diversas formas. Ela pode ajudar a diagnosticar e tratar problemas de saúde relacionados ao microbioma. O dispositivo pode ajudar a modificar o microbioma para tornar as pessoas mais saudáveis.

A próxima etapa é testar em humanos. Os resultados positivos dos testes anteriores são animadores. Se esses testes em humanos forem bem-sucedidos, essa tecnologia poderá ajudar na pesquisa e tratamento médico.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1016/j.device.2024.100406

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Ruben Del-Rio-Ruiz, Debora Regina Romualdo da Silva, Hasika Suresh, Hannah Creasey, Cihan Asci, Danilo M. dos Santos, Atul Sharma, Giovanni Widmer, Sameer Sonkusale. Soft autonomous ingestible device for sampling the small-intestinal microbiome. Device, 2024; 100406 DOI: 10.1016/j.device.2024.100406
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