Ametistas no Uruguai: uma nova visão científica
São PauloCientistas entenderam mais sobre a formação das geodas de ametista no Uruguai, que antes não era bem compreendida. Essas geodas são encontradas em antigos fluxos de lava basáltica da época em que o supercontinente Gondwana estava se fragmentando. Pesquisadores da Universidade de Göttingen descobriram que esses cristais se formaram a temperaturas muito mais baixas do que se pensava anteriormente. Isso desafia a crença anterior de que temperaturas mais altas eram necessárias para a formação de geodas.
Principais descobertas do estudo incluem:
Geodos de ametista se cristalizaram em temperaturas que variam de 15 a 60 °C. Os fluidos mineralizantes tinham baixa salinidade e isótopos que indicam origem de ciclos naturais de água. Provavelmente, a origem desses fluidos mineralizantes foi a água subterrânea presente nas rochas adjacentes.
O estudo utiliza métodos inovadores, como microtermometria assistida por nucleação e geoquímica de isótopos triplos de oxigênio, para compreender a formação e a temperatura dos fluidos mineralizadores. Isso permite aos pesquisadores criar um modelo de como essas geodas se formaram. Saber que a ametista pode se formar em temperaturas baixas é crucial para a mineração, pois facilita a descoberta de novos depósitos sem depender apenas da intuição dos mineradores.
Novo modelo revela que diferenças de temperatura na crosta terrestre impactam o crescimento de cristais em cavidades de basalto. Essas formações de basalto oferecem ambientes seguros que auxiliam fluidos a sustentar a cristalização em baixas temperaturas. Esse conhecimento pode facilitar a descoberta de depósitos de geodos inexplorados e promover práticas de mineração mais eficientes.
Este estudo impacta não apenas a geologia, mas também as áreas econômicas e ambientais. No distrito de Los Catalanes, no Uruguai, conhecido pela alta qualidade de ametistas, estratégias de mineração mais eficazes podem trazer benefícios. Ao aprimorar a busca por geodos, as empresas mineradoras podem diminuir seu impacto ambiental e gerenciar recursos com mais eficiência.
Este estudo transforma nossa compreensão sobre a formação da ametista e propõe métodos mais eficazes para sua descoberta. Ao unir pesquisa científica com abordagens práticas, pode revolucionar a mineração e o manejo de gemas como a ametista, trazendo benefícios tanto para a indústria quanto para o meio ambiente.
O estudo é publicado aqui:
http://dx.doi.org/10.1007/s00126-024-01310-2e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é
Fiorella Arduin-Rode, Graciela Sosa, Alfons van den Kerkhof, Yves Krüger, David Bajnai, Andreas Pack, Tommaso Di Rocco, Pedro Oyhantçabal, Klaus Wemmer, Daniel Herwartz, Swea Klipsch, Bettina Wiegand, Siegfried Siegesmund, Mathias Hueck. World-class amethyst-agate geodes from Los Catalanes, Northern Uruguay: genetic implications from fluid inclusions and stable isotopes. Mineralium Deposita, 2024; DOI: 10.1007/s00126-024-01310-2Compartilhar este artigo