Impressão 3D com bioinks de microalgas: inovação sustentável revoluciona a biomedicina e a ciência dos materiais

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Por Ana Silva
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"Impressora a laser 3D usando bio tinta de microalgas verdes"

São PauloPesquisas recentes mostram avanços significativos na impressão 3D com o uso de bioinks ecologicamente corretos feitos de microalgas. Este estudo destaca o potencial dos recursos naturais para revolucionar a fabricação aditiva, especialmente na biomedicina e na ciência dos materiais.

Uma equipe liderada pela Prof. Dra. Eva Blasco da Universidade de Heidelberg desenvolveu novas tintas feitas a partir de materiais extraídos de microalgas. Essas tintas diferem das tradicionais derivadas de petroquímicos, amplamente usadas na indústria de impressão 3D. Utilizando duas espécies de microalgas, Odontella aurita e Tetraselmis striata, que possuem alta concentração de lipídios e pigmentos sensíveis à luz, eles conseguiram criar materiais ecológicos para a impressão 3D.

Vantagens dos materiais à base de microalgas incluem:

  • Crescimento rápido
  • Alta fixação de CO2
  • Biocompatibilidade
  • Evita aditivos tóxicos

Microalgas podem substituir materiais comuns. Triglicerídeos de Odontella aurita e Tetraselmis striata foram aprimorados com acrilatos, fazendo-os secar rapidamente sob a luz. Os pigmentos nas microalgas também ajudam a iniciar o processo de secagem, eliminando a necessidade de produtos químicos prejudiciais usados em tintas convencionais.

A equipe de pesquisa utilizou um método chamado impressão a laser 3D de dois fótons, conhecido por sua capacidade de produzir trabalhos extremamente detalhados em pequenas escalas. Isso lhes permitiu criar formas 3D complexas com grande precisão. Eles conseguiram imprimir estruturas minúsculas com detalhes finos, como partes suspensas e áreas ocadas.

Pesquisadores avaliaram a segurança e o apoio das tintas baseadas em microalgas para o crescimento celular. Os resultados foram bastante positivos, com quase todas as células sobrevivendo nas estruturas impressas por 24 horas. Isso sugere que essas tintas podem ser úteis em áreas médicas, como na fabricação de implantes e suportes para o crescimento de tecidos.

Esta pesquisa traz impactos significativos. A utilização de bioinks derivados de microalgas na impressão 3D pode reduzir o uso de combustíveis fósseis e diminuir os danos ambientais. O sucesso do estudo abre portas para mais investigações sobre vários tipos de microalgas e suas aplicações. Além disso, contribui para o desenvolvimento de novos materiais biocompatíveis para fins médicos e industriais específicos.

O estudo contou com o apoio de instituições como a Fundação Alemã de Pesquisa e a União Europeia. Publicada na revista "Advanced Materials", a pesquisa envolveu a colaboração de diversas universidades e centros de pesquisa na Europa. Os resultados sugerem novas maneiras de tornar a impressão 3D mais sustentável, oferecendo opções ecologicamente corretas sem perder precisão ou funcionalidade.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1002/adma.202402786

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Clara Vazquez‐Martel, Lilliana Florido Martins, Elisa Genthner, Carlos Almeida, Antera Martel Quintana, Martin Bastmeyer, Juan Luis Gómez Pinchetti, Eva Blasco. Printing Green: Microalgae‐Based Materials for 3D Printing with Light. Advanced Materials, 2024; DOI: 10.1002/adma.202402786
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