Mutação no vírus H5N1 pode aumentar risco de transmissão entre humanos, diz estudo

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Por Chi Silva
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Proteína do vírus H5N1 ampliada com mutação destacada.

São PauloEstudo publicado na revista "Science" revela que o vírus da gripe aviária H5N1 pode estar modificando sua forma de transmissão. A pesquisa indica que uma única alteração, chamada Q226L, na proteína hemaglutinina (HA) da superfície do vírus, facilita sua aderência aos receptores de células humanas, tornando mais fácil a infecção em humanos.

Especialistas entendem que os vírus aviários como o H5N1 geralmente não se espalham facilmente entre humanos devido a diferenças nos receptores celulares. No entanto, organizações como o NIH estão monitorando atentamente este vírus porque ele pode sofrer mutações. Esta cepa específica de H5N1 já infectou pessoas, mas apenas em casos raros de contato direto com animais. Ainda não houve uma transmissão generalizada entre pessoas.

A mutação Q226L no vírus pode levar a potenciais alterações no seu comportamento:

  • Melhorar a capacidade de ligação aos receptores humanos.
  • Aumentar a taxa de infecção em humanos caso ocorram mais mutações.
  • Exigir vigilância intensificada e esforços de controle de surtos.

Estudo investiga mutações genéticas do vírus da gripe em amostra do Texas

O estudo utilizou uma cepa do vírus da gripe 2.3.4.4b proveniente de um caso humano no Texas. Os pesquisadores estão analisando alterações genéticas no HA para compreender como o vírus da gripe pode evoluir no futuro. As experiências foram realizadas com cuidado, sem criar um vírus completo e infeccioso, minimizando riscos e garantindo informações importantes.

Este avanço destaca a necessidade de monitorar continuamente os genes dos vírus e de cooperação internacional para acompanhar as mudanças. Embora essa mutação por si só não indique a chegada de uma nova pandemia, ela levanta questões importantes sobre nossa preparação e resposta. Compreender como essa mutação interage com outras alterações é fundamental para enfrentar futuros desafios e fortalecer os esforços globais em saúde.

Pesquisas futuras devem se concentrar em identificar mais mutações que possam intensificar os efeitos de Q226L. É crucial que os cientistas estudem e monitorem essas alterações genéticas para desenvolver estratégias de prevenção. Isso exige sistemas robustos para detectar problemas precocemente e um plano de ação ágil para lidar com possíveis surtos antes que se tornem pandemias globais.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1126/science.adt0180

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Ting-Hui Lin, Xueyong Zhu, Shengyang Wang, Ding Zhang, Ryan McBride, Wenli Yu, Simeon Babarinde, James C. Paulson, Ian A. Wilson. A single mutation in bovine influenza H5N1 hemagglutinin switches specificity to human receptors. Science, 2024; 386 (6726): 1128 DOI: 10.1126/science.adt0180
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