Método inovador de eletroporação promete novo tratamento para tumores cerebrais agressivos

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Por Ana Silva
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Dispositivo médico avançado emitindo ondas senoidais no cérebro.

São PauloPesquisadores da Georgia Tech e Virginia Tech desenvolveram uma nova técnica que pode aprimorar o tratamento do glioblastoma, um tumor cerebral que cresce rapidamente e é letal. O estudo, publicado na APL Bioengineering, apresenta um método chamado eletroporação por onda senoidal em burst (B-SWE), que pode ser mais eficaz no combate a tumores cerebrais.

Alguns pontos-chave do estudo:

  • B-SWE utiliza ondas senoidais para romper a barreira hematoencefálica (BHE).
  • Provoca menos danos celulares e teciduais em comparação com o método convencional H-FIRE de onda quadrada.
  • Permite uma melhor penetração de medicamentos anticancerígenos no cérebro.

Tratar o câncer no cérebro é um grande desafio porque a barreira hematoencefálica impede que muitos medicamentos cheguem até o cérebro. Embora essa barreira proteja o cérebro de substâncias nocivas, ela também bloqueia cerca de 99% dos remédios, incluindo os utilizados na quimioterapia. Conforme explica John Rossmeisl, do Colégio de Medicina Veterinária Virgínia-Maryland, isso torna extremamente difícil o tratamento de tumores cerebrais como o glioblastoma.

H-FIRE: Uma Nova Forma de Tratar o Cérebro e o Câncer

A eletroporação irreversível de alta frequência (H-FIRE) utiliza pulsos elétricos quadrados para romper a barreira hematoencefálica (BBB) e matar células cancerígenas. Um novo estudo testou ondas senoidais, chamadas B-SWE, e descobriu que elas causam menos danos aos tecidos saudáveis, ao mesmo tempo que disruptam a BBB de maneira mais eficaz.

Caso um tumor seja removido por cirurgia, a técnica B-SWE pode ser utilizada para romper a barreira hematoencefálica no local. Isso facilita a penetração de medicamentos nas células cancerígenas remanescentes, ao mesmo tempo que protege o tecido cerebral saudável. Sabrina Campelo liderou este projeto durante seu doutorado na Escola de Engenharia e Ciências Biomédicas da Virginia Tech-Wake Forest University. Atualmente, ela é pós-doutoranda no Georgia Tech e na Emory University.

Pesquisadores enfrentaram um desafio. As ondas utilizadas causavam contrações musculares excessivas, podendo prejudicar órgãos. Após ajustar a dosagem, conseguiram reduzir essas contrações e ainda romper a barreira hematoencefálica de forma eficaz.

Os próximos passos incluem testar o B-SWE em modelos animais de câncer cerebral. Isso ajudará a verificar se ele é mais eficaz do que a técnica convencional de H-FIRE.

Este estudo tem o potencial de causar um grande impacto. Se o B-SWE for eficaz, poderá oferecer uma forma menos invasiva e mais eficiente de tratar tumores cerebrais agressivos. Além disso, poderá auxiliar drogas contra o câncer a atingir os tumores de maneira mais eficaz ao atravessar a barreira hematoencefálica.

Este estudo, financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde, aponta novos e melhores tratamentos para o câncer cerebral. Ele pode oferecer uma nova e útil opção para combater o câncer.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1063/5.0198382

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Sabrina N. Campelo, Zaid S. Salameh, Julio P. Arroyo, James L. May, Sara O. Altreuter, Jonathan Hinckley, Rafael V. Davalos, John H. Rossmeisl. Burst sine wave electroporation (B-SWE) for expansive blood–brain barrier disruption and controlled non-thermal tissue ablation for neurological disease. APL Bioengineering, 2024; 8 (2) DOI: 10.1063/5.0198382
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