Colhendo vantagens: energia sustentável através do uso de gramíneas perenes

Tempo de leitura: 2 minutos
Por João Silva
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Campo verde exuberante de grama perene sob a luz do sol.

São PauloUma equipe da Universidade Estadual de Iowa está investigando como utilizar capim para gerar energia de forma que beneficie tanto o meio ambiente quanto o bolso dos agricultores. Liderados por Lisa Schulte Moore, eles estão explorando o uso de gramíneas perenes para resolver problemas como erosão do solo, escoamento de fertilizantes e emissões de gases de efeito estufa. O objetivo é tornar essa forma de energia viável para os agricultores, transformando o capim colhido em gás natural renovável.

A pesquisa enfoca vários pontos:

  • Viabilidade econômica da produção de biogás a partir de capim
  • Análise de diferentes configurações e cenários
  • Uso de biodigestores anaeróbicos para processar biomassa

Em 2020, os pesquisadores receberam US$ 10 milhões em financiamento federal e mais US$ 10 milhões em 2022. Eles também obtiveram US$ 650 mil da Fundação Família Walton. O objetivo é aprimorar o uso de digestores anaeróbicos, que transformam matéria orgânica em biogás através da digestão anaeróbica. Esse gás pode substituir o gás natural de petróleo e ser utilizado para gerar energia elétrica e produzir fertilizantes.

Um estudo recente publicado na BioEnergy Research analisou como um conjunto de digestores poderia suprir as necessidades de calor e energia de Ames. Utilizando plantas gramíneas, esterco animal, sobras de biocombustível, restos de alimentos e águas residuais, o estudo concluiu que o gás natural renovável era a opção mais econômica. Apesar de este gás custar cerca do dobro do gás natural tradicional, incentivos para energia limpa poderiam ajudar a equilibrar os custos.

Os funcionários municipais estão interessados, mas cautelosos em relação às propostas dos pesquisadores. Os líderes locais têm planos para os próximos 15 a 30 anos e estão avaliando opções sustentáveis para o futuro.

Um estudo publicado na revista Global Change Biology Bioenergy analisou os impactos dos biodigestores na Bacia do Rio Grand. Em um período de 20 anos, esses biodigestores poderiam gerar um lucro superior a US$ 400 milhões e produzir cerca de 12,5 bilhões de quilowatt-horas de gás natural renovável. Esse gás tem uma pegada de carbono 83% menor do que o gás natural proveniente de combustíveis fósseis e também emite menos que o etanol derivado do milho e o biodiesel derivado da soja.

A maioria dos biodigestores utiliza esterco de vaca. É crucial avaliar sua eficiência com biomassa herbácea. Esta pesquisa orienta futuras instalações, podendo reduzir custos.

Situações lucrativas dependem de programas de crédito de carbono existentes, como o Padrão de Combustível de Baixo Carbono da Califórnia e o Padrão de Combustível Renovável federal. O cultivo de gramíneas de alto rendimento e a restauração de pradarias em terras agrícolas menos produtivas são fundamentais para alcançar esses benefícios. Modelos futuros utilizarão dados mais precisos a partir de pesquisas em andamento.

Este esforço é benéfico não só para o meio ambiente, mas também para a economia. À medida que aprendemos mais sobre as plantas gramíneas, esse método pode ser crucial para a agricultura sustentável e opções energéticas.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1111/gcbb.13164

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Olumide Olafasakin, Ellen M. Audia, Mark Mba‐Wright, John C. Tyndall, Lisa A. Schulte. Techno‐economic and life cycle analysis of renewable natural gas derived from anaerobic digestion of grassy biomass: A US Corn Belt watershed case study. GCB Bioenergy, 2024; 16 (6) DOI: 10.1111/gcbb.13164
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