Robôs inovadores: explorando a inteligência dos fungos na robótica

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Bia Chacu
- em
Robôs com sensores de micélio luminosos em uma floresta.

São PauloPesquisadores da Universidade de Cornell desenvolveram novos tipos de robôs utilizando micélio de fungos. Esses robôs empregam sinais elétricos do micélio para interagir com o ambiente e detectar mudanças ao redor. A equipe, liderada por Anand Mishra e Rob Shepherd, divulgou suas descobertas na revista Science Robotics.

Micélio usado em robôs torna máquinas mais eficientes

Micélios, que são as partes subterrâneas dos cogumelos, podem detectar e reagir a diferentes sinais. Pesquisadores têm utilizado micélios em robôs para criar máquinas mais flexíveis e responsivas. Esta pesquisa representa um avanço significativo na robótica, combinando partes biológicas e artificiais para aprimorar o funcionamento dos robôs.

Esta inovação possui diversas características essenciais:

  • Robôs biohíbridos utilizam micélio de fungos para melhorar a percepção ambiental.
  • Dois protótipos foram criados: um robô macio que se assemelha a uma aranha e um robô com rodas.
  • Os micélios reagem a diversos estímulos, incluindo luz, toque e calor.
  • Aplicações futuras podem incluir monitoramento agrícola e sensoriamento ambiental.

Pesquisadores estão utilizando as propriedades do micélio fúngico para desenvolver robôs que podem operar em ambientes imprevisíveis. Robôs atuais frequentemente enfrentam dificuldades nessas condições devido à dependência de respostas pré-programadas e às suas capacidades limitadas de sensoriamento. O micélio consegue lidar com múltiplos inputs e produzir sinais elétricos, permitindo que esses robôs biohíbridos se adaptem em tempo real e oferecendo uma solução autônoma mais confiável.

A pesquisa abre novas possibilidades para a agricultura inteligente. Robôs com micélio podem monitorar a qualidade do solo e decidir de forma autônoma a quantidade de fertilizante a ser utilizada. Isso pode tornar a agricultura mais eficiente e reduzir o impacto ambiental.

Adicionar sistemas vivos aos robôs pode aprimorar a ciência dos materiais. Por exemplo, micélios de fungos são resistentes e crescem bem, o que pode ajudar na criação de robôs capazes de se reparar ou se construir. Essa abordagem pode fazer com que os robôs tenham maior durabilidade e exijam menos manutenção, tornando-os úteis em uma variedade maior de situações.

Nos experimentos, ambos os robôs reagiram aos sinais elétricos naturais dos micélios. Quando expostos à luz ultravioleta, seus movimentos se alteraram, demonstrando que os micélios podem responder a essa luz. Testes adicionais mostraram que podemos controlar os sinais dos micélios, sugerindo que os humanos poderiam potencialmente controlar esses sistemas biohíbridos.

Essa pesquisa pode resultar em robôs mais fáceis de usar e autônomos, transformando diversas indústrias, como a agricultura e o monitoramento ambiental. O micélio de fungos possui características especiais que podem tornar as máquinas mais responsivas e adaptáveis.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1126/scirobotics.adk8019

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Anand Kumar Mishra, Jaeseok Kim, Hannah Baghdadi, Bruce R. Johnson, Kathie T. Hodge, Robert F. Shepherd. Sensorimotor control of robots mediated by electrophysiological measurements of fungal mycelia. Science Robotics, 2024; 9 (93) DOI: 10.1126/scirobotics.adk8019
Ciência: Últimas notícias
Leia mais:

Compartilhar este artigo

Comentários (0)

Publicar um comentário