Otimizando a saúde intestinal com vitaminas B: uma nova abordagem para tratar Parkinson

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Por Alex Morales
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Ilustração das vitaminas do complexo B e a conexão saudável entre intestino e cérebro

São PauloUm estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de Nagoya, no Japão, revelou uma ligação entre bactérias intestinais e a doença de Parkinson. Os pesquisadores identificaram uma menor quantidade de genes em bactérias intestinais responsáveis pela produção de vitaminas B essenciais, como B2 (riboflavina) e B7 (biotina). A deficiência dessas vitaminas pode causar inflamação e danos às células cerebrais observados na doença de Parkinson.

Hiroshi Nishiwaki e Jun Ueyama analisaram amostras de fezes de pacientes com doença de Parkinson no Japão, Estados Unidos, Alemanha, China e Taiwan. Eles utilizaram a técnica de sequenciamento shotgun, que permite ler todo o material genético presente na amostra para obter um panorama completo dos microrganismos.

Descobertas Principais:

  • Redução nos genes bacterianos responsáveis pela síntese de riboflavina (B2) e biotina (B7).
  • Níveis mais baixos de ácidos graxos de cadeia curta (AGCCs) e poliaminas em pacientes com DP.
  • Possível enfraquecimento da barreira intestinal devido a deficiências vitamínicas.
  • Maior permeabilidade intestinal permitindo a entrada de toxinas na corrente sanguínea.

Riboflavina e biotina possuem propriedades que auxiliam na redução da inflamação. Essas vitaminas são obtidas tanto através da alimentação quanto das bactérias presentes no nosso intestino. Sua capacidade de diminuir a inflamação pode ser benéfica para a inflamação cerebral observada na Doença de Parkinson (DP). Níveis baixos de riboflavina e biotina podem prejudicar a produção de ácidos graxos de cadeia curta (AGCCs) e poliaminas, substâncias essenciais para manter a integridade da barreira intestinal, que impede a entrada de toxinas na corrente sanguínea.

Em um estudo, pesquisadores descobriram níveis reduzidos de SCFAs e poliaminas em pacientes com doença de Parkinson. Isso pode tornar a camada de muco intestinal mais fina e permeável. Como resultado, os nervos podem ficar expostos a toxinas, levando a um acúmulo anormal de alfa-sinucleína. Esse acúmulo pode ativar células imunológicas no cérebro, causando inflamação crônica.

Nishiwaki explicou que a falta de certos nutrientes pode tornar o revestimento intestinal mais fino e vulnerável à penetração. Isso permite que toxinas alcancem os nervos, resultando no acúmulo de proteínas prejudiciais e desencadeando respostas imunológicas no cérebro.

As bactérias intestinais desempenham um papel crucial nas funções corporais. Compreender a conexão entre essas bactérias, o metabolismo e as doenças cerebrais é fundamental. Tratamentos personalizados baseados nas bactérias intestinais podem se tornar comuns. Médicos podem ajustar os níveis bacterianos para atrasar os sintomas da doença de Parkinson.

Nishiwaki explicou que a análise das bactérias intestinais ou das fezes dos pacientes pode ajudar a identificar deficiências específicas. Com essas informações, a administração de comprimidos de riboflavina e biotina pode ser um tratamento eficaz.

Esses achados mostram que a saúde intestinal é crucial para doenças cerebrais como o Parkinson. Tratamentos futuros podem focar no equilíbrio das bactérias intestinais e na correção de deficiências vitamínicas específicas. Isso pode trazer uma nova esperança para aqueles que sofrem de doença de Parkinson.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s41531-024-00724-z

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Hiroshi Nishiwaki, Jun Ueyama, Mikako Ito, Tomonari Hamaguchi, Keiichi Takimoto, Tetsuya Maeda, Kenichi Kashihara, Yoshio Tsuboi, Hiroshi Mori, Ken Kurokawa, Masahisa Katsuno, Masaaki Hirayama, Kinji Ohno. Meta-analysis of shotgun sequencing of gut microbiota in Parkinson’s disease. npj Parkinson's Disease, 2024; 10 (1) DOI: 10.1038/s41531-024-00724-z
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