Assassinato, diplomacia e a troca: bastidores da negociação EUA-Rússia

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Por João Silva
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Troca de prisioneiros envolve documentos das bandeiras dos EUA e da Rússia.

São PauloA recente troca de prisioneiros entre os EUA e a Rússia foi complexa e arriscada. Os EUA precisaram libertar presos considerados culpados para resgatar aqueles considerados inocentes. Isso explica como o acordo foi realizado e quem esteve envolvido.

Autoridades dos EUA sabiam que Vadim Krasikov, um assassino russo, era crucial em qualquer negociação envolvendo Paul Whelan e Evan Gershkovich. A Rússia continuava pedindo a libertação de Krasikov. Ele foi condenado por tribunais alemães em 2021 pelo assassinato de um cidadão georgiano, um homicídio ordenado pelos serviços secretos russos. O Presidente Vladimir Putin chamou Krasikov de "patriota".

O conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, afirmou que Krasikov tinha grande importância. Os EUA já haviam libertado criminosos graves, como líderes do tráfico do Talibã e o traficante de armas Viktor Bout. No entanto, a Alemanha possuía Krasikov e relutava em liberá-lo. Houve negociações secretas com ministros estrangeiros europeus, mas a Alemanha só mudou de opinião quando surgiu uma nova possibilidade de troca: Alexei Navalny.

Navalny, um político de oposição amplamente conhecido na Rússia, cumpria uma sentença de 19 anos de prisão por extremismo, acusações que ele alegava serem politicamente motivadas. Navalny tinha fortes ligações com a Alemanha, onde havia recebido tratamento médico após ser envenenado. Houve tentativas de negociar um acordo envolvendo Navalny e Krasikov para libertar Gershkovich e Whelan, o que atenderia a uma demanda chave da Rússia. No entanto, Navalny faleceu inesperadamente em uma colônia penal no Ártico, causando um grande revés para os oficiais norte-americanos.

Pontos importantes do acordo incluem:

  • A relevância de Vadim Krasikov
  • O papel de Alexei Navalny
  • A resistência da Alemanha
  • Inclusão de outros prisioneiros políticos

Durante as negociações, a jornalista russo-americana Alsu Kurmasheva foi detida sob acusações questionáveis. O acordo final também incluiu Vladimir Kara-Murza, um crítico do Kremlin que foi condenado a 25 anos por traição, com as acusações amplamente vistas como motivadas politicamente.

A troca de prisioneiros ressalta as negociações sigilosas e sérias entre os EUA e a Rússia. Figuras importantes de ambos os lados foram essenciais para fechar acordos. A morte de Navalny complicou ainda mais as coisas e evidenciou a imprevisibilidade dessas trocas. A decisão da Alemanha de participar foi crucial para viabilizar a troca.

Esta história demonstra até onde os países estão dispostos a ir para repatriar seus cidadãos, mesmo que isso signifique libertar aqueles considerados culpados. As negociações revelam a natureza complexa e secreta desses acordos e evidenciam como os objetivos políticos influenciam essas ações.

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