Antigos tasmanianos usaram fogo para moldar o ambiente há mais de 41 mil anos

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Por Alex Morales
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Paisagem da Tasmânia com antigos incêndios moldando o terreno.

São PauloPrimeiros Habitantes da Tasmânia Utilizavam Fogo para Gerenciar Terras Há 41 Mil Anos

Pesquisas recentes revelam que os primeiros humanos na Tasmânia utilizavam fogo para gerenciar o território há mais de 41 mil anos. Isso é cerca de 2 mil anos antes do que os cientistas acreditavam inicialmente. Pesquisadores do Reino Unido e da Austrália analisaram amostras antigas de lama e identificaram a presença de carvão e pólen. Esses achados sugerem que os primeiros aborígenes tasmanianos manipulavam o ambiente ao acenderem fogos propositalmente.

Os primeiros habitantes da Tasmânia foram os Palawa ou Pakana. Eles migraram da África durante a última era glacial e se estabeleceram no hemisfério sul. Foram os pioneiros no manejo das terras da Tasmânia. Pesquisadores analisam suas técnicas para compreender a relação prolongada entre humanos e ambiente antes da história documentada.

Essa descoberta é de extrema relevância por diversas razões.

Depósitos de carvão em antigas camadas de lama indicam o uso do fogo há cerca de 41.600 anos. Análises de pólen mostram mudanças na vegetação que sugerem atividades de desmatamento. A aparição de espécies adaptadas ao fogo, como o Eucalipto, indica uma seleção intencional da flora.

Os primeiros habitantes da Tasmânia usavam o fogo como ferramenta de sobrevivência. Ao queimar áreas específicas, facilitavam a locomoção e a caça no território, além de possivelmente colher benefícios sociais ou culturais. Isso nos faz repensar a forma como enxergamos os antigos grupos humanos, mostrando que eles ativamente moldavam seu ambiente em vez de apenas se adaptarem a ele.

Austrália: As Lições do Fogo na Preservação Indígenas australianos ainda utilizam o fogo para gerir a terra em uma prática conhecida como queima cultural. Esse método auxilia na manutenção da biodiversidade e na redução do risco de grandes incêndios ao eliminar folhas e galhos secos. As técnicas tradicionais oferecem lições valiosas sobre o manejo do território, especialmente com o agravamento das mudanças climáticas.

Ao adotar as formas tradicionais indígenas de manejo da terra, podemos mudar nossa perspectiva sobre a preservação ambiental. Com o conhecimento indígena, aprendemos a cuidar das paisagens de maneira sustentável. Ao ouvir os povos indígenas, somos ensinados a proteger diferentes espécies e a lidar com problemas como incêndios florestais, integrando métodos ancestrais às necessidades ambientais atuais.

Compreender como os antigos povos interagiam com o ambiente nos ajuda a conhecer melhor a história humana. Isso também influencia nossa percepção sobre o uso do solo atualmente. A história dos Tasmânios nos ensina sobre o laço profundo entre pessoas e a natureza. Esse entendimento é essencial para planejarmos o uso do solo de forma sustentável.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1126/sciadv.adp6579

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Matthew A. Adeleye, Felicitas Hopf, Simon G. Haberle, Georgia L. Stannard, David B. Mcwethy, Stephen Harris, David M. J. S. Bowman. Landscape burning facilitated Aboriginal migration into Lutruwita/Tasmania 41,600 years ago. Science Advances, 2024; 10 (46) DOI: 10.1126/sciadv.adp6579
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