Estudo da Universidade de Buffalo propõe reforma nas políticas de cannabis para reduzir danos
São PauloPesquisadores da Universidade de Buffalo afirmam que as políticas de cannabis nos Estados Unidos precisam ser rapidamente reformuladas. Eles propõem estratégias que priorizam a redução de danos e a promoção da saúde. Atualmente, as leis se concentram na proibição do uso de cannabis e em sua criminalização, mas essas abordagens não fornecem aos americanos o apoio necessário para um uso seguro. Muitas pessoas utilizam cannabis para fins de saúde sem as orientações ou informações adequadas, o que pode ser perigoso. Os pesquisadores recomendam o uso do modelo ecológico social da saúde pública para elaborar políticas mais eficazes.
O estudo destaca os principais problemas com as regras atuais sobre a cannabis.
- Regulamentações divergentes entre os estados
- Falta de informações confiáveis sobre produtos de cannabis e seus efeitos
- Cannabis ainda é classificada como substância de Classe I, o que limita a pesquisa e gera equívocos
Unificar as regras sobre o uso de cannabis no Brasil pode simplificar a educação sobre o tema e reduzir os riscos associados ao consumo. É essencial informar a população sobre as quantidades ideais de uso, seus efeitos e os perigos. A pesquisa destaca problemas como o efeito retardado ao ingerir cannabis, o que pode levar ao consumo excessivo e a reações adversas, como ansiedade e paranoia.
O uso da cannabis é mais complexo do que o do álcool ou tabaco. A planta possui muitos compostos, cada um com efeitos distintos. Para compreender a cannabis, é necessário estudar cada composto separadamente, exigindo pesquisas científicas detalhadas.
As regras atuais dificultam o acesso a informações confiáveis sobre cannabis. Muitos usuários obtêm dicas de maneira informal ou não informam seus médicos sobre o uso, o que gera mal-entendidos. Oferecer educação clara sobre saúde pública pode reduzir riscos e aumentar os benefícios.
Há uma iniciativa positiva para possivelmente reclassificar a cannabis como uma droga de Classe III. Isso facilitaria a realização de pesquisas e poderia resultar em políticas baseadas em evidências sólidas. Tais políticas podem ter impactos significativos em vários níveis da sociedade e do governo.
Para melhorar a política sobre a cannabis, é essencial basear-se em pesquisas científicas. A saúde pública deve apoiar essa mudança para controlar melhor o uso do cannabis. Estudos e ensaios clínicos nos ajudarão a compreender como as pessoas utilizam a cannabis, seus benefícios e riscos, garantindo que as políticas realmente promovam a saúde pública.
O estudo é publicado aqui:
http://dx.doi.org/10.2105/AJPH.2024.307742e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é
Daniel J. Kruger, Carlton CB Bone, Jessica S. Kruger. A Social-Ecological Model for Understanding Cannabis Risks and Promoting Harm Reduction. American Journal of Public Health, 2024; 114 (S8): S628 DOI: 10.2105/AJPH.2024.307742Compartilhar este artigo