Vaticano excomunga Viganò por causar divisão na igreja

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Por Ana Silva
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Símbolo de excomunhão com fundo de selo do Vaticano quebrado.

São PauloO Vaticano anunciou hoje a excomunhão do arcebispo Carlo Maria Viganò por causar divisão na Igreja Católica. Ele foi condenado por cisma, considerada uma ofensa grave que ameaça a unidade da Igreja.

Viganò frequentemente gerava polêmicas. Em 2012, durante o escândalo Vatileaks, ele ganhou notoriedade por expor casos de corrupção no Vaticano. Na época, ele ocupava o segundo maior cargo na administração do Estado da Cidade do Vaticano. Em cartas vazadas, Viganò pediu ao Papa Bento XVI para não ser transferido após revelar a corrupção. Apesar de seu pedido, ele foi deslocado para os Estados Unidos como embaixador do Vaticano.

Com o passar do tempo, Viganò ganhou destaque entre conservadores e tradicionalistas. Ele passou a divulgar várias teorias da conspiração, incluindo aquelas sobre o coronavírus e o "Grande Reset." Além disso, seu conflito com o Vaticano se intensificou.

Durante a visita do Papa Francisco aos Estados Unidos em 2015, algo importante aconteceu. Viganò organizou um encontro entre o Papa e Kim Davis, uma funcionária de Kentucky conhecida por se recusar a emitir licenças de casamento para casais do mesmo sexo. Após o encontro, Davis afirmou que a reunião mostrava o apoio do Papa às suas ações. No entanto, o Vaticano posteriormente negou essa afirmação e divulgou um vídeo que mostrava o Papa em uma reunião privada com um casal gay.

Em 2018, Viganò afirmou que o Papa Francisco ocultou informações sobre o Cardeal Theodore McCarrick, acusado de abusar de um menor. Viganò escreveu um documento de 11 páginas alegando que o Papa e outros oficiais encobriram o mau comportamento de McCarrick. Ele chegou a pedir a renúncia do Papa. Isso gerou uma grande crise na Igreja.

Fatos essenciais sobre as polêmicas de Viganò:

  • Ele revelou casos de corrupção no Vaticano em 2012.
  • Organizou uma reunião polêmica entre o Papa Francisco e Kim Davis em 2015.
  • Acusou o Papa Francisco de encobrir o Cardeal McCarrick em 2018.

O Vaticano investigou McCarrick e divulgou um relatório em 2020. O documento revelou que muitos líderes da Igreja, incluindo o Papa João Paulo II, ignoraram as irregularidades de McCarrick. Papa Francisco foi em grande parte isento de culpa. A investigação também descobriu que Viganò não apurou novas denúncias contra McCarrick e não aplicou as regras do Vaticano sobre ele, apesar de ter sido orientado a fazê-lo.

Após o relatório, Viganò fez declarações ainda mais radicais. Ele apoiou teorias conspiratórias sobre as vacinas contra o coronavírus. Ele participou de comícios políticos da extrema-direita nos EUA. Por fim, ele se recusou a reconhecer o Papa Francisco como o verdadeiro Papa.

No mês passado, Viganò soube que o Vaticano estava iniciando um processo legal contra ele por causar divisão na Igreja. Ele corajosamente chamou isso de uma "honra" e optou por não se defender. Em vez de responder diretamente à acusação na sua plataforma usual, X, ele anunciou que celebraria uma missa para seus apoiadores e pediu doações.

As ações e declarações do Arcebispo Viganò o tornaram uma figura controversa. A sua excomunhão é um evento significativo nas questões atuais que a Igreja Católica enfrenta. Sua recusa em ceder aumentou os desacordos entre os membros da igreja.

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