Conexão com universidade está ligada ao aumento do consumo excessivo de álcool entre os alunos

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Por João Silva
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Prédios da universidade com garrafas de álcool ao redor do campus.

São PauloUm estudo recente revelou que estudantes universitários que se sentem mais conectados à sua instituição têm maior probabilidade de praticar binge drinking. A pesquisa, realizada por pesquisadores da Penn State, da Universidade da Califórnia, Santa Cruz, e da Universidade de Oregon, investigou as relações entre saúde mental, sentimento de pertencimento e uso de substâncias entre estudantes universitários. Os resultados mostraram que aqueles com um forte vínculo com a universidade apresentaram taxas mais altas de consumo excessivo de álcool em comparação com os que se sentiam menos conectados. Esse padrão foi particularmente evidente entre os alunos com boa saúde mental, caracterizada por menor estresse e ansiedade, além de maior confiança e satisfação com a vida.

Principais descobertas da pesquisa incluem:

Conexões universitárias mais fortes podem levar a um maior consumo de álcool entre os estudantes. Um sentimento de pertença pode estimular comportamentos de risco quando a cultura do álcool é predominante. A percepção dos padrões de consumo de álcool pode exagerar os níveis reais de consumo no campus. Estudantes integrados que enfrentam dificuldades de saúde mental são mais propensos ao uso de produtos de tabaco.

Apesar de estar conectado no campus poder trazer algumas desvantagens, estas descobertas oferecem às universidades uma oportunidade única de aumentar a participação estudantil. As instituições de ensino podem usar essas informações para criar mais atividades que não envolvam o consumo de álcool. Muitos estudantes acreditam que beber é uma prática comum, mesmo que não seja, indicando uma discrepância entre suas crenças e a realidade. Ao desfazer esses equívocos e promover atividades sociais mais saudáveis, as universidades podem desenvolver um ambiente mais acolhedor, menos dependente de eventos centrados no consumo de álcool.

É crucial considerar como os grupos marginalizados são impactados. Esses estudantes frequentemente enfrentam desafios que podem dificultar o sentimento de pertencimento à comunidade universitária. Trabalhar para criar um campus acolhedor e inclusivo pode ajudar a reduzir as taxas de evasão e promover a diversidade. Esse enfoque não só beneficia os estudantes minoritários, mas também melhora a experiência educacional de todos, fortalecendo e tornando a comunidade mais inclusiva.

Estar conectado é benéfico de muitas maneiras, mas pode gerar problemas se resultar em hábitos prejudiciais, como o consumo excessivo de álcool. As universidades devem promover um senso de comunidade, ao mesmo tempo que incentivam escolhas mais saudáveis. Elas podem ajudar os alunos a se desenvolverem melhor oferecendo diversas formas de socialização e tornando o álcool menos central na vida estudantil.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.15288/jsad.23-00382

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Danny Rahal, Kristin J. Perry, Stephanie T. Lanza. Mental Health Modulates Associations between Institutional Belonging and Substance Use Risk. Journal of Studies on Alcohol and Drugs, 2024; DOI: 10.15288/jsad.23-00382
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