Vidas à beira: inundações severas desafiam comunidades no Sudão do Sul
São PauloInundações são um problema constante para as pessoas que vivem ao longo da planície de inundação do Nilo, no Sudão do Sul. Em 2023, essas enchentes obrigaram mais de 379.000 pessoas a abandonar suas casas, segundo as Nações Unidas. As inundações anuais costumavam fazer parte do cotidiano das comunidades próximas aos pântanos de Sudd, mas tornaram-se mais intensas por várias razões, causando sérios problemas ao modo de vida local.
Inundações têm afetado significativamente os povos Dinka, Nuer e Murle em Jonglei, alterando suas práticas de agricultura e pecuária. O aumento das inundações se deve a diversos fatores.
Padrões de precipitação aumentados influenciados pelas mudanças climáticas. As operações de barragens a montante, especialmente em Uganda, afetam os níveis do Lago Vitória. Falta de infraestrutura e recursos para manejo de enchentes no Sudão do Sul.
Desde que o Sudão do Sul se tornou independente em 2011, o país enfrenta dificuldades para lidar com as inundações devido a problemas políticos e econômicos. A agitação civil que começou em 2013 continua, mesmo após um acordo de paz em 2018, o que dificulta o governo a gerenciar o deslocamento de mais de 2,4 milhões de pessoas em função de conflitos e desastres naturais. O Canal de Jonglei, cuja construção foi iniciada na época colonial e não foi concluída, tornou-se um refúgio para aqueles que buscam segurança contra as enchentes.
(Situação Crítica: Comunidade Afetada por Enchentes e Conflitos)
As enchentes causaram problemas que vão além do deslocamento dos moradores. Muitas plantações e animais, essenciais para a sobrevivência e economia da comunidade, sofreram grandes danos. Isso agrava a pobreza e a escassez de alimentos. Mais de 69 mil pessoas no Condado de Ayod precisam de auxílio alimentar de organizações como o Programa Mundial de Alimentos. A situação econômica se complica ainda mais devido aos problemas com a exportação de petróleo causados pelo conflito no Sudão, dificultando a entrega de assistência e recursos para as áreas atingidas.
Situação Precária: Falta de Serviços Essenciais e Desafios Humanitários
A situação se agrava pela ausência de serviços básicos em novas áreas como Pajiek. Os moradores precisam caminhar longas distâncias para obter assistência médica em Ayod, frequentemente atravessando águas perigosas que aumentam o risco de picadas de cobra. Sem estradas e redes de comunicação, a ajuda humanitária enfrenta dificuldades para chegar até eles. Além disso, os profissionais de saúde não recebem salários, e os centros de saúde locais estão com estoques de suprimentos escassos, deixando a comunidade vulnerável a surtos de doenças.
As enchentes contínuas no Sudão do Sul destacam a necessidade urgente de melhor gestão de enchentes, infraestrutura aprimorada e decisões políticas responsáveis. Solucionar esses problemas requer o apoio tanto de partes locais quanto internacionais para fortalecer e amparar as comunidades afetadas.
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