Mistério de Quíron: explorando o híbrido celestial entre asteroide e cometa com novas descobertas
São PauloCientistas do Instituto Espacial da UCF na Flórida fizeram novas descobertas sobre Quíron, um tipo de corpo celeste conhecido como centauro. Os centauros possuem características tanto de asteroides quanto de cometas e orbitam entre os planetas Júpiter e Netuno. Utilizando o Telescópio Espacial James Webb, os pesquisadores descobriram que Quíron possui uma química de superfície única, diferente de outros centauros.
Chiron: um Objeto Singular no Sistema Solar
Chiron é um objeto fascinante por atuar tanto como cometa quanto como asteroide. A investigação sobre Chiron permite que cientistas compreendam melhor o comportamento desses corpos celestes. Essa pesquisa pode oferecer pistas valiosas sobre as condições do início do Sistema Solar. A habilidade de Chiron em exibir características de cometa e de asteroide o torna extremamente valioso para a ciência.
Principais Descobertas:
- Chiron possui gelos na superfície, incluindo dióxido de carbono e monóxido de carbono.
- A coma contém gases como dióxido de carbono e metano.
- Essas substâncias fornecem pistas sobre as camadas superficiais e subsuperficiais.
- Padrões de gás metano estão relacionados à exposição à radiação solar.
- Comportamentos únicos sugerem que Chiron possui anéis e possivelmente um campo de detritos.
Gelo inusitado em Quíron dificulta sua classificação. Cientistas acreditam que esses gelos podem ser resquícios de antes da formação do sistema solar ou podem ter sido criados por reações químicas na superfície de Quíron. Essas descobertas estão levando os cientistas a reconsiderar como os centauros são usualmente definidos.
Telescópio James Webb Revela Novas Informações sobre Chiron
O Telescópio Espacial James Webb permitiu que cientistas obtivessem dados inéditos sobre o entorno de Chiron. Isso melhora nossa compreensão sobre sua composição e comportamento, especialmente quanto à liberação de gás metano.
Compreendendo as Transformações dos Objetos Distantes no Sistema Solar
Esta pesquisa pode nos ajudar a entender como pequenos objetos no Sistema Solar evoluem ao longo do tempo. Chiron pode revelar como objetos distantes de Netuno se tornam semelhantes a cometas próximos a Júpiter. Ao estudar essas transformações, podemos compreender melhor o ciclo de vida desses corpos celestes e suas interações com planetas gigantes. Essas interações podem modificar suas órbitas e levar a diferentes desfechos.
O estudo sobre Quíron nos ajuda a compreender a singularidade dos centauros e como eles evoluem ao longo do tempo. Esta pesquisa pode abrir portas para mais estudos e potencialmente alterar a forma como os classificamos, ampliando nosso entendimento sobre os processos no Sistema Solar. Os cientistas planejam continuar observando Quíron enquanto ele se desloca por diferentes regiões, o que pode levar a novas descobertas.
O estudo é publicado aqui:
http://dx.doi.org/10.1051/0004-6361/202450124e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é
N. Pinilla-Alonso, J. Licandro, R. Brunetto, E. Henault, C. Schambeau, A. Guilbert-Lepoutre, J. Stansberry, I. Wong, J. I. Lunine, B. J. Holler, J. Emery, S. Protopapa, J. Cook, H. B. Hammel, G. L. Villanueva, S. N. Milam, D. Cruikshank, A. C. de Souza-Feliciano. Unveiling the ice and gas nature of active centaur (2060) Chiron using the James Webb Space Telescope. Astronomy & Astrophysics, 2024; 692: L11 DOI: 10.1051/0004-6361/202450124Compartilhar este artigo