Estudo revela ligação entre covid longa e infecções persistentes

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Por João Silva
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Ilustração de células virais com efeitos prolongados nos pulmões.

São PauloPesquisadores do Brigham and Women's Hospital descobriram que infecções contínuas por SARS-CoV-2 podem ser a causa dos sintomas da COVID longa. Eles constataram que pessoas com COVID longa frequentemente apresentam proteínas do vírus em sua corrente sanguínea, algo que não ocorre em pessoas totalmente recuperadas. Essa infecção persistente pode estar por trás de sintomas duradouros como cansaço, dificuldade em pensar com clareza e dores musculares.

Estudo Revela Presença de Proteínas Virais em Pacientes com Long COVID

O estudo enfatiza as seguintes observações cruciais: 43% dos pacientes com sintomas persistentes de COVID-19 envolvendo principais sistemas do corpo testaram positivo para proteínas virais entre 1 a 14 meses após a infecção. Em comparação, apenas 21% das pessoas recuperadas e sem sintomas apresentaram essas proteínas. Os sintomas identificados afetam os sistemas cardiopulmonar, musculoesquelético e neurológico.

Descoberta revela perguntas cruciais sobre a COVID longa. Aponta que a condição pode ter múltiplas origens. Em alguns casos, há proteínas virais, indicando que o vírus ainda está presente no corpo; em outros, os sintomas persistem devido a alterações no sistema imunológico mesmo após a eliminação do vírus. Isso sugere que diferentes tratamentos podem ser necessários para grupos distintos de pacientes.

Após a infecção por um vírus, é comum que ele deixe vestígios no organismo. Por exemplo, os vírus como o Ebola e o Zika podem permanecer no corpo e causar complicações mais tarde. Esse conceito é relevante para o COVID-19, pois o desenvolvimento de tratamentos que consigam eliminar completamente o vírus poderia transformar a forma como lidamos com a COVID longa.

O estudo é crucial para identificar quais pacientes podem se beneficiar de tratamentos antivirais. Ao focar no vírus presente no corpo, pode ser possível diminuir sintomas persistentes. Tratamentos precoces têm o potencial de melhorar significativamente a qualidade de vida de muitos pacientes.

Essas descobertas podem ter um grande impacto. Se comprovar-se que infecções contínuas causam sintomas de longa duração da COVID, os profissionais de saúde poderão desenvolver testes e tratamentos específicos para essas pessoas. Isso exigiria que todos tivessem acesso a métodos de testagem eficazes, como o teste Simoa. Mais pesquisas estão sendo realizadas atualmente, e esses estudos nos ajudarão a entender melhor a COVID prolongada e como tratá-la.

A necessidade de encontrar formas de tratar a COVID longa é evidente, dado que ainda há muito a ser descoberto sobre essa condição. Compreender a COVID longa exige pesquisa contínua, com o objetivo de desvendar os mistérios desse estado de saúde.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1016/j.cmi.2024.09.001

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Zoe Swank, Ella Borberg, Yulu Chen, Yasmeen Senussi, Sujata Chalise, Zachary Manickas-Hill, Xu G. Yu, Jonathan Z. Li, Galit Alter, Timothy J. Henrich, J. Daniel Kelly, Rebecca Hoh, Sarah A. Goldberg, Steven G. Deeks, Jeffrey N. Martin, Michael J. Peluso, Aarthi Talla, Xiaojun Li, Peter Skene, Thomas F. Bumol, Troy R. Torgerson, Julie L. Czartoski, M. Juliana McElrath, Elizabeth W. Karlson, David R. Walt, RECOVER consortium authors. Measurement of circulating viral antigens post-SARS-CoV-2 infection in a multicohort study. Clinical Microbiology and Infection, 2024; DOI: 10.1016/j.cmi.2024.09.001
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