Condenações na Rússia: de cientistas a padeiros, muitos por traição

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Por Bia Chacu
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Bandeira russa atrás das grades da prisão e martelo de juiz.

São PauloAs autoridades russas condenaram várias pessoas por traição, incluindo cientistas, jornalistas e até um trabalhador de padaria. O público toma conhecimento desses casos devido à sua controvérsia e ao envolvimento de advogados renomados e grupos de direitos humanos.

Diversos casos de grande repercussão incluem:

  • Moradores de Sochi condenados por traição devido a mensagens de texto
  • Ivan Safronov, condenado por repassar segredos militares
  • Valery Golubkin, sentenciado por compartilhar segredos de estado
  • Igor Pokusin, preso por considerar deserção para a Ucrânia

Sevastidi, uma trabalhadora de padaria, foi presa em 2015 por enviar mensagens de texto. Em 2016, ela foi condenada por traição. Os advogados Ivan Pavlov e Evgeny Smirnov começaram a trabalhar em seu caso no mesmo ano. Durante uma conferência de imprensa em dezembro de 2016, o Presidente Vladimir Putin considerou a sentença severa e afirmou que as mensagens de texto não eram segredo de estado. Em 2017, ela foi perdoada junto com outras duas mulheres.

Ivan Safronov, ex-jornalista e ex-funcionário da Roscosmos, foi acusado de traição em 2020. Ele foi acusado de entregar segredos militares para pessoas na República Tcheca e na Alemanha. Em setembro de 2022, um tribunal de Moscou o condenou a 22 anos de prisão. O caso de Safronov destaca as crescentes preocupações com a divulgação de informações sigilosas em organizações governamentais.

Valery Golubkin, um físico de 71 anos especializado em aerodinâmica, foi preso em 2021. Em junho de 2023, ele foi condenado por traição e sentenciado a 12 anos de prisão em regime fechado. A prisão ocorreu devido a alegações de que ele compartilhou segredos de estado em relatórios de pesquisa sobre um projeto internacional de aeronaves hipersônicas. Golubkin e seus advogados argumentaram que os relatórios não continham segredos de estado. As acusações se basearam no depoimento de seu supervisor, Anatoly Gubanov, o que levantou ainda mais questões sobre conflitos internos e denúncias em institutos estatais.

Igor Pokusin, um piloto aposentado da Ucrânia, foi preso em 2022 por protestar contra a invasão russa em seu país. Inicialmente, ele recebeu uma pena de seis meses por vandalismo. Posteriormente, foi acusado de "preparação para traição" devido a telefonemas nos quais mencionava mudar-se para a Ucrânia e ajudar como piloto. Em janeiro de 2024, foi condenado a oito anos de prisão e morreu em junho. Seu caso exemplifica as graves consequências de se manifestar na Rússia.

A Memorial, a organização de direitos humanos mais antiga da Rússia, afirma que essas pessoas e outras acusadas de traição são prisioneiros políticos. Isso indica que o país pode estar utilizando acusações de traição para silenciar críticos e aqueles vistos como desleais. Prender e condenar pessoas com evidências frágeis levanta sérias preocupações sobre direitos humanos e justiça.

Essas condenações evidenciam a natureza imprevisível e severa das acusações de traição na Rússia. Elas demonstram uma repressão à liberdade de expressão e a qualquer tipo de oposição. A notoriedade desses casos e seus impactos globais também levantam dúvidas sobre a transparência e a justiça do sistema jurídico russo.

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